Risco de mais nuvens vulcânicas ameaça a reabertura dos aeroportos na Europa

Os países europeus iniciaram nesta terça-feira a reabertura de parte de seus aeroportos, após seis dias de paralisação que afetou milhões de passageiros e causou um prejuízo estimado em US$ 250 milhões diários. A reabertura, contudo, ainda é parcial e está ameaçada pelos riscos de novas nuvens de cinza com ao menos três crateras do vulcão islandês expelindo cinzas na manhã desta terça-feira (leia mais abaixo a situação país a país).

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A Agência Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol) limitou nesta segunda-feira à Dinamarca, o oeste da Irlanda e o sul da Suécia a restrição total ao tráfego aéreo devido à nuvem de cinza vulcânica, informou à presidência espanhola de turno da União Europeia.

Os espaços aéreos da Espanha, Holanda, Suíça, Bélgica, Polônia, Bulgária, Croácia, Hungria, República Tcheca, Áustria, Romênia, Sérvia e Ucrânia permanecerão abertos.

A abertura dos demais, onde a contaminação por cinza existe, porém, é mais baixa, depende diretamente das autoridades nacionais.

O Reino Unido, país mais afetado pela nuvem de cinzas e que manteve a maior parte de seu espaço aéreo fechado nestes dias, decidiu abrir apenas parte do espaço aéreo da Escócia, incluindo os aeroportos de Aberdeen, Inverness e Edinburgo, das 13h às 19h (das 9h às 15h no horário de Brasília).

O Serviço de Controle do Tráfego Aéreo Nacional do Reino Unido (Nats, na sigla em inglês) alerta que o resto do espaço aéreo britânico continuará vetado para voos abaixo de 6.000 metros, a altura em que está a nuvem vulcânica capaz de causar pane nas turbinas dos aviões.

O Ministro de Infraestrutura da Espanha afirmou em comunicado que a liberação dos voos em parte da Europa não significa a normalização imediata dos voos --já que agora as companhias aéreas têm de reorganizar os aviões e tripulações e priorizar distintas rotas.

Cinzas

Segundo comunicado da polícia islandesa, "a atividade vulcânica continua sendo considerável no local, e três crateras aparentemente separadas seguem em erupção".

O comunicado afirma, contudo, que a coluna de cinzas é menor e mais clara, "o que significa que não há muitas cinzas no interior".

O Centro de Observação de Cinzas Vulcânicas (VAAC) de Toulouse afirma que a nova nuvem de cinzas expelida pelo vulcão islandês passará pelo norte da Europa.

"Com as condições meteorológicas, as cinzas vulcânicas devem passar pelo sul do mar do Norte, as ilhas britânicas, Dinamarca e Escandinávia e, eventualmente, pelo extremo norte da França nas próximas 24 horas", declarou Didier Rosenblatt, meteorologista do VAAC.

No momento em que o tráfego aéreo é gradativamente retomado na Europa, a chegada da nova nuvem de cinzas expelida pelo vulcão islandês obrigou a companhia área inglesa British Airways a cancelar todos os voos de curta e médio alcance. A Noruega fechou na manhã desta terça-feira parte do espaço aéreo no sudoeste do país.

Veja como está a situação país a país

Noruega

As autoridades norueguesas fecharam às 3h40 (no horário de Brasília) o tráfego aéreo no sul do país. A Noruega tinha decretado na segunda-feira a abertura total de seu espaço aéreo pela primeira vez após quatro dias. Autoridades temem aumento da nuvem de cinzas.

Dinamarca

A Eurocontrol vetou todo o tráfego aéreo no país até às 21h desta terça, pelo horário de Brasília.

Suécia

Está fechado o tráfego aéreo da zona situada ao sul da linha imaginária entre as localidades de Strömstad e Nyköping, incluindo as cidades de Gotemburgo e Malmoe.

Finlândia

A Autoridade Finlandesa de Aviação Civil (Finavia) anunciou que o espaço aéreo finlandês permanecerá totalmente fechado pelo menos até 12h (de Brasília). Nesta segunda-feira a situação melhorou, mas voltou a piorar e à noite o aeroporto de Helsinque voltou a ser fechado.

Reino Unido

O NATS informou durante a noite que, em consequência de a atividade do vulcão ter aumentado, uma nova nuvem de cinza estava se movendo em direção ao sul e a leste, rumo ao Reino Unido. Por enquanto está aberto o espaço aéreo na Escócia, Irlanda do Norte e no norte da Inglaterra, mas os aeroportos internacionais de Londres seguem fechados.

Holanda

Praticamente todos os voos que iam a decolar do aeroporto de Schipol antes de 7h (de Brasília) foram cancelados, assim como as aterrissagens previstas. Segundo o site do aeroporto, o tráfego aéreo será reaberto "por fases" e os primeiros voos vão acontecer durante o dia, com capacidade limitada.

Alemanha

O espaço aéreo alemão seguirá fechado até as 9h (Brasília), embora com exceções seguindo as direções estipuladas pela UE. A companhia Lufthansa, maior do país, anunciou que espera poder realizar cerca de 140 voos nesta terça-feira.

França

O tráfego aéreo está sendo retomado progressivamente. Nos aeroportos de Paris, a Air France decidiu privilegiar os voos intercontinentais e as linhas que ligam a capital a outras cidades francesas em detrimento dos trajetos com outros países europeus.

Bélgica

Na Bélgica, aterrissou às 5h40 o primeiro voo desde o fechamento total de seu espaço aéreo, segundo um porta-voz do aeroporto de Zaventem, quem também indicou que os aeroportos do país funcionarão com 50% de sua capacidade nesta terça-feira.

Suíça

A Suíça reabriu seu espaço aéreo às 5h, em virtude de uma decisão tomada na noite de segunda-feira pelo Escritório Federal de Aviação Civil (OFAC), que concluiu que não mais há risco procedente das cinzas do vulcão islandês.

Itália

O tráfego aéreo do norte da Itália voltou à normalidade às 3h, depois que os aeroportos foram fechados no sábado passado (17).

O Centro Nacional de Aviação Civil italiano anunciou que seriam retomadas em primeiro lugar as rotas nacionais norte-sul e vice-versa e depois serão autorizados os demais voos, de forma progressiva.

Países bálticos

Letônia e Lituânia abriram seu espaço aéreo.

Polônia

A Polônia decidiu manter restrições sobre o tráfego aéreo, informou a Agência Polonesa de Navegação Aérea. As limitações também se estendem à faixa sudeste. Embora aterrissagens e decolagens de voos continuem proibidas, são permitidos voos de passagem sobre o espaço aéreo polonês.

Com agências internacionais