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26/04/2010 - 16h51

Bispos alemães devem agir contra a pedofilia para recuperar fiéis

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da Efe, em Berlim

A Conferência Episcopal Alemã se comprometeu nesta segunda-feira a revisar e endurecer as normas internas contra a pedofilia, perante a perda de confiança e deserções dos fiéis devido aos escândalos de abusos sexuais em suas instituições.

"Percebemos uma perda de confiança na igreja, desejamos a recuperar e nos dedicaremos a isso nas próximas semanas", disseram as fontes da Conferência, em comunicado emitido ao fim da reunião realizada hoje em Würzburg (Baviera), com assistência de representantes das 27 dioceses do país.

A reunião, convocada sob o impacto dos escândalos de pedofilia e maus tratos físicos que afeta todos os bispados da Alemanha, terminou com o compromisso de reforçar as normas internas --aprovadas em 2002-- contra a pedofilia.

De acordo com o calendário agendado, as novas normas deverão ser apresentadas no próximo verão. Para isso, serão realizadas diversas reuniões de trabalho com analistas externos.

"A igreja não é um espaço jurídico alheio ao direito estatal", destacou o bispo de Tréveris, Stephan Ackermann, designado em março encarregado especial para coordenar a luta contra a pederastia e o auxílio a suas vítimas.

Entre outras ações, Ackermann impulsionou a criação de uma linha aberta para atender as consultas das vítimas ou seus familiares, que desde que entrou em funcionamento, no começo de abril, recebeu 17 mil chamadas.

Dízimo

Os escândalos de abusos sexuais e de maus tratos físicos a menores motivaram inúmeros fiéis a deixar de pagar o dízimo à igreja, que na Alemanha é voluntário.

O número de baixas é especialmente dramático na Baviera, o mais católico e tradicionalista dos estados alemães, além da região natal do papa Joseph Ratzinger.

Segundo meios de comunicação, no bispado bávaro de Bamberg se passaram mais de 200 ou 300 baixas de fiéis ao mês --1,4 mil em março--, enquanto em Würzburg a conta disparou de 400 para mais de 1,2 mil.

O governo alemão criou, por sua vez, uma mesa de trabalho para abordar a questão na qual estão implicadas três ministras --da Família, Kristina Schröder, de Justiça, Sabine Leutheusser-Scharrenberger, e de Educação, Annette Schavan-- assim como a ex-ministra Christine Bergmann (titular da Família no Governo de Gerhard Schröder e agora encarregada especial do governo para essa incumbência).

O grupo de trabalho é formado por 61 membros, representantes das Igrejas Católica e Evangélica, além de médicos, docentes e juristas, que tem como objetivo elaborar uma série de medidas preventivas, e também tornar a ajuda às vítimas concreta antes do final do ano.

 

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