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01/05/2010 - 22h30

ONU revela suspeitas de massacre na República Democrática do Congo

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da France Presse

Estima-se que até cem civis tenham morrido durante um ataque lançado na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) por rebeldes da Uganda, do movimento LRA (Exército de Resistência do Senhor, na sigla em inglês).

As informações são do coordenador do Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), John Holmes, em seu segundo dia de inspeções no país.

"Tive acesso a novas informações sobre um possível massacre ocorrido em fevereiro, na aldeia de Kapanga, onde talvez até cem pessoas tenham sido mortas", disse o coordenador.

"Isto nos deixa numa situação alarmante. Já são mais de 300 mil refugiados e 2.400 sequestros, incluindo-se 800 de crianças. A população está aterrorizada", disse Holmes após visitas ao distrito de Bas-Uele, distante 400 km ao norte da cidade de Kisangani.

O coordenador do escritório das Nações Unidas informa que é necessário buscar uma solução para as ameaças do grupo ugandense LRA sobre a população da RDC. Caso não ocorra um engajamento da comunidade internacional, "os assassinatos e deslocamentos da população devem continuar", disse.

Para ele a resposta ao problema humanitário deve vir dos governos da região, da comunidade internacional e do Conselho de Segurança da ONU.

Denúncias

Ainda no final de março houve outras denúncias de violações de direitos humanos na RDC. De acordo com a organização Human Rights Watch, o LRA teria sido responsável pela morte de 321 civis em quatro dias de incursões à RDC em dezembro de 2009.

Os assassinatos aconteceram na área de Makombo e, ao se retirarem, os rebeldes ugandenses levaram 250 pessoas sequestradas, incluindo 80 crianças, assinala Anneke Van Woudenberg, a principal investigadora da HRW na África, em um relatório.

"O massacre de Makombo é um dos piores cometidos pelo LRA em seus 23 anos de história sangrenta e mesmo assim, não se informou dela durante meses", segundo Van Woudenberg, para quem isto demonstra que o LRA continua sendo uma grave ameaça para os civis e não foi neutralizado, como afirmam as autoridades de Uganda e da RDC.

Os insurgentes do LRA, obrigados pelo Exército de Uganda a abandonar o norte do país em 2006, estabeleceram novas bases no nordeste da RDC, no sul do Sudão e no leste da República Centro-Africana, onde atacam a população para se abastecerem de comida e sequestrar jovens que usam como serventes.

 

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