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10/05/2010 - 10h40

Líder da Malásia acusado de sodomia diz que é alvo de complô político

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da Reuters

Os advogados do líder da oposição na Malásia, Anwar Ibrahim, entraram com ações argumentando que as acusações de sodomia enfrentadas pelo seu cliente não passam de uma conspiração orquestrada pelo primeiro-ministro malaio, Najib Razak.

Ibrahim é acusado de ter sodomizado um de seus assistentes em junho de 2008, e o primeiro-ministro Razak já admitiu em público ter se encontrado com Saiful Bukhari Azlan, o assistente do oposicionista, mas antes de ele ter prestado queixas à polícia local dois anos atrás. Najib nega qualquer interferência no andamento do processo.

A suposta vítima disse perante à corte malaia que se encontrou com o primeiro-ministro em 24 de junho, dois dias antes da data mencionada como o do ato de sodomia sofrido, e quatro dias antes de ter ido à polícia local.

"Eu falei com ele [Najib], sobre meus problemas", disse Saiful, agora com 25 anos, à Alta Corte de Kuala Lumpur no primeiro dia das audiências com os advogados que defendem Anwar Ibrahim.

A suposta vítima, no entanto, não deu mais detalhes sobre quais problemas teria conversado com o chefe de Estado malaio na época.

"O primeiro-ministro está envolvido. Há uma conspiração política para eliminar Anwar de sua cadeira [no Parlamento]", disse o advogado de defesa Karpal Singh. O defensor complementou que as acusações de sodomia não foram verificadas por laudos médicos.

Histórico

A sodomia é um crime na Malásia, país predominantemente muçulmano que segue padrões muito rígidos quanto à legislação, comportamento e até de liberdade de imprensa.

Se condenado, Anwar pode pegar até 20 anos de detenção, uma sentença que colocaria um definitivo fim à carreira política do homem que teve sucesso em formar coalizões unindo diversas facções políticas da Malásia, incluindo islamistas malaios de oposição, reformistas e partidos que representam os interesses dos segmentos chineses da população.

Ibrahim já foi condenado à sodomia em 2000, sentença que se somou à outra condenação por corrupção após ter sido deposto do cargo de vice-primeiro-ministro no auge da crise financeira asiática de 1998. Esta primeira acusação de sodomia ocorreu em um julgamento amplamente criticado como injusto. A sentença foi revertida após apelação.

A situação incerta levou Najib Razak, na época o vice, a assumir o posto de primeiro-ministro em abril de 2009, alegando que iria abrir a economia do país e unir a maioria malaia com as minorias chinesas e indianas, abolindo problemas étnicos da população. O julgamento dever durar até o mês de agosto.

 

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