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Sob pressão, Reino Unido nega que Brown deixará hoje o governo
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da Reportagem Local
O primeiro-ministro e líder trabalhista, Gordon Brown, não vai renunciar ao cargo nesta terça-feira, garantiu o porta-voz do governo do Reino Unido. Rumores da renúncia de Brown como chefe de Governo surgiram depois que a imprensa britânica anunciou o fracasso das negociações por uma coalizão entre os trabalhistas e os liberais democratas, essencial para manter o partido de Brown no poder.
"O primeiro-ministro ainda é o primeiro-ministro", disse o porta-voz, citado pela agência de notícias Reuters.
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O escritório de Brown não quis comentar as notícias de que as negociações com o líder liberal democrata, Nick Clegg, fracassaram. Caso se confirme, fica quase certa a aliança de Clegg com os conservadores (centro-direita), em uma coalizão que teria a maioria no Parlamento e o direito de nomear um novo primeiro-ministro --o líder conservador, David Cameron.
A informação sobre o fracasso das negociações entre trabalhistas e conservadores foi anunciado pela rede pública britânica BBC. Pouco depois, a agência de notícias Associated Press citou o secretário de Saúde trabalhista, Andy Burnham, dizendo que as chances de um acordo da esquerda estavam acabadas.
Segundo fontes citadas pela BBC, os contatos dos trabalhistas com o partido de Clegg não alcançaram uma conclusão positiva, e, em breve, deve ser feita uma declaração para informar sobre a ruptura no número 10 da Downing Street, a residência do premiê.
Durou pouco
A especulação de que as negociações fracassaram veio cerca de 24 horas depois de Brown anunciar a renúncia, para setembro, da liderança trabalhista --um claro gesto de aproximação aos liberais democratas, que se opunham a seu governo. Ele continua, contudo, como premiê.
Mais cedo, o Partido Liberal Democrata disse que as negociações para a formação de um governo de coalizão no Reino Unido entraram em uma nova fase de diálogo --que inclui Brown e Cameron.
Os liberais democratas, liderados por Clegg, obtiveram 57 cadeiras no Parlamento e são essenciais para os tradicionais trabalhistas (258) e conservadores (306) conseguirem maioria e governar por coalizão. Os dois partidos, que dominam a política britânica, não conseguiram as 326 cadeiras necessárias para governar sem aliança e jogaram o Reino Unido em uma disputa por alianças que não se via desde 1974.
Cinco dias depois da eleição parlamentar, os liberais democratas jogam duro na esperança de extrair o máximo de benefícios, em troca de sustentar um governo conservador ou trabalhista. No topo da agenda, a reforma do engessado sistema eleitoral bipartidário, baseado em voto distrital puro, por uma forma de maior proporcionalidade na representação.
A liderança trabalhista de Brown era o principal obstáculo ao acordo com liberais democratas, também progressistas, e que viam nele um líder derrotado.
Historicamente, a aliança óbvia seria entre os liberais democratas e os trabalhistas, ambos de política progressista e que já trabalharam juntos no último governo de coalizão britânico --há 36 anos, sob líder trabalhista Harold Wilson.
Desta vez, contudo, analistas ouvidos pela Folha indicaram que as chances maiores são de uma coalizão entre liberais democratas e conservadores, que teriam a seu favor maior votação popular.
A renúncia de Brown, na segunda-feira, parece não ter abalado de maneira tão profunda os esforços do Partido Conservador, como haviam antecipado analistas ouvidos pela Folha.
para governar em conjunto com os liberais democratas. Pelo visto, a vantagem durou pouco.
Não está claro qual será o rumo dos liberal democratas. Mercados e eleitores esperam uma decisão rápida para acabar com o impasse político, e Clegg afirmou que o processo entrou uma "fase crítica e final".
"Estou tão impaciente quanto qualquer um para levar isso adiante, resolver as coisas de um jeito ou de outro", disse Clegg.
Com agências internacionais
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