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Tropas atiram em camisas vermelhas e crise aprofunda na Tailândia
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da Reportagem Local
As tropas da Tailândia enfrentaram, nesta sexta-feira, com gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição, os manifestantes da oposição, conhecidos como camisas vermelhas, que ocupam o centro da capital Bancoc desde março. Ao menos uma pessoa morreu e várias pessoas, incluindo jornalistas, ficaram feridas nos confrontos.
Os manifestantes lançaram pedras e alguns foguetes de fabricação caseira contra as tropas, em três ruas que cercam o distrito comercial de Bancoc, onde eles mantêm um acampamento há seis semanas. As tropas dizem ainda que alguns dos manifestantes estavam armados.
Chaiwat Subprasom/Reuters | ||
Pneus queimam em meio ao confronto entre as tropas tailandesas e os opositores camisas vermelhas, em Bancoc |
As agências de notícias, que citam testemunhas e hospitais, dizem que ao menos uma pessoa morreu e outras 12 ficaram feridas, incluindo três jornalistas. Desde a noite desta quinta-feira, a violência deixa dois mortos e 20 feridos.
Nesta sexta-feira, uma pessoa morreu nos confrontos da zona central de Bancoc. O Centro de Emergências afirmou que a vítima, um homem de 33 anos, foi atingido no tórax por um tiro durante choque com as tropas.
Outras 12 pessoas, entre elas três repórteres, um canadense e dois tailandeses, ficaram feridos por disparos em menos de 24 horas.
O Exército avançou nesta sexta-feira por uma avenida de Bancoc ocupada por 2.000 camisas vermelhas. As Forças Armadas já haviam anunciado a intenção de recuperar pela força o controle da avenida.
Os militares usaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes e um ônibus do Exército foi incendiado. Tiros também foram ouvidos no parque Lumpini.
O Exército disse não planejar um avanço sobre o principal acampamento dos camisas vermelhas, no centro de Bancoc, onde milhares de pessoas, incluindo mulheres e crianças, estão protegidas por paredes de pneus e madeira, além de arame farpado.
"Nós permitiremos que os manifestantes deixam a área hoje', disse o porta-voz do Exército, Sansern Kaewkamnerd, acrescentando que as autoridades estão tentando forçar a saída dos camisas vermelhas ao impedir a chegada de suprimentos e limitar o tamanho da multidão reunida.
Os protestos dos camisas vermelhas originaram uma nova crise na instável Tailândia, na qual 31 pessoas morreram e mais de 1.400 ficaram feridas desde abril. Os protestos paralisaram parte de Bancoc, assustaram investidores e já afetam a economia.
Milhares de manifestantes resistem aos avanços do Exército, cantando e pedindo que o premiê Abhisit Vejjajiva dissolva imediatamente o Parlamento.
"Ele precisa assumir responsabilidade política. De outra forma, haverá mais caos", disse um dos líderes dos camisas vermelhas, Nattawut Saikua.
Fracasso nas negociações
A capital do país está afundada na violência, depois de dez dias nos quais as negociações pareciam ter prevalecido entre o premiê Vejjajiva e os líderes vermelhos, ligados ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, atualmente no exílio.
Shinawatra pediu nesta sexta-feira que o governo retire as tropas das ruas e retome as negociações com os manifestantes.
Arte/Folha Online |
"Acredito que uma solução política continua sendo possível na Tailândia, e o primeiro-ministro pode evitar que existam mais vítimas e pode salvar o país", afirma Shinawatra em um comunicado divulgado por seu conselheiro jurídico em Bancoc.
O atual premiê cancelou nesta quarta-feira as eleições que estavam marcadas para 14 de novembro, dentro do plano de reconciliação nacional, e suspendeu as negociações com os manifestantes depois que eles fizeram mais exigências.
O plano para o fim da crise parece cada vez mais impraticável, depois de ter gerado esperanças e ter recebido a aparente aprovação das principais personalidades políticas do reino.
Shinawatra governou a Tailândia durante cinco anos, mas foi deposto em 2006 por um golpe de Estado. Os partidários dele protestam há dois meses contra o atual governo, que assumiu em 2008, após meses dos então opositores camisas amarelas, movimento da elite aristocrática e monarquista.
Com agências internacionais
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