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Chávez ordena desapropriação de metalúrgicas
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da Reportagem Local
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou neste sábado a desapropriação da metalúrgica Matesi, com participação do grupo ítalo-argentino Techint, e da produtora de bauxita Norpro da Venezuela, de capital francês.
O governante venezuelano também anunciou a nacionalização das empresas de transporte da matéria-prima que operam no estado de Guayana, onde estão as indústrias básicas.
Chávez anunciou em 21 de maio de 2009 a nacionalização da Matesi e outras quatro empresas metalúrgicas de capital japonês, mexicano, europeu e australiano que operam na região de Guayana, e negociava o preço a pagar.
"Como não pudemos chegar a um acordo amigável e razoável com seus proprietários, então vamos expropriar a Matesi, (...) não houve forma de nos acertar com eles", declarou hoje o presidente venezuelano.
"Eles [os donos da Matesi] dizem que vão nos processar não sei onde, na corte celestial. Que vão, terão todo o direito, mas nós não podemos continuar aqui brincando de gato e rato. Vamos expropriar, eu espero o decreto para expropriar e tomar o controle da Matesi completamente", acrescentou.
Além da Matesi, os anúncios de nacionalização de maio de 2009 afetaram outras duas empresas participadas pela Techint, a siderúrgica Tavsa, e o Complexo Siderúrgico Guayana, nas quais o grupo ítalo-argentino mantém maioria e minoria acionário, respectivamente.
Este sábado, o presidente venezuelano não se referiu às negociações sobre o processo de nacionalização dessas outras duas empresas.
Chávez também ordenou este sábado a nacionalização da Norpro da Venezuela, uma empresa produtora de bauxita.
A NorPro da Venezuela é filial da empresa Norpro, com sede nos Estados Unidos e na qual tem participação o grupo francês Saint Gobain.
Ambas as nacionalizações fazem parte das "recomendações" colocadas por comissões de trabalho integradas por trabalhadores das indústrias básicas, disse Chávez durante um ato oficial, transmitido em rede nacional obrigatória de rádio e televisão.
"O que estamos fazendo é democracia operária, democracia direta (...) Chegou a hora de avançar, demolir o capitalismo nas empresas de Guayana, construir o nosso socialismo, não vamos copiar outros modelos", declarou Chávez.
Banco
Ontem presidente da Venezuela, Hugo Chávez, advertiu os bancos privados neste sábado que se não "se adequarem ao projeto nacional" e derem crédito, "vão sofrer intervenções".
"Ou os bancos privados que existem na Venezuela vão se adequar ao projeto nacional e à lei, ou vamos intervir", disse Chávez durante uma transmissão do canal oficial de televisão, a VTV.
"Ou dão crédito ao povo ou me dão o banco. Eu pago depois e já estou pensando em como farei isso", advertiu aos banqueiros.
"Se eles usassem o dinheiro para financiar a agricultura, a infraestrutura, bom, isso seria ótimo. Mas não, eles gostam do mercado especulativo", continuou.
O governo de Chávez já interveio em oito bancos de pequeno e médio porte entre novembro e dezembro de 2009 para "garantir o saneamento do sistema financeiro nacional".
Destes, dois fecharam e outros quatro foram estatizados e fundidos ao novo banco estatal Bicentenario.
Com essas últimas intervenções, o Estado concentra em suas mãos mais de 25% do setor financeiro nacional.
com Efe
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