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15/06/2004 - 08h14

As ordens eram para tratar iraquianos "como cães", diz general

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da France Presse, em Londres

As ordens dadas pelo general Geoffrey Miller, responsável pelo conjunto das prisões da coalizão no Iraque, eram para tratar os prisioneiros iraquianos "como cães", afirmou nesta terça-feira a general Janis Karpinski, responsável em 2003 pelos centros de detenção americanos no Iraque, à rádio BBC.

"[Miller] Dizia que [os prisioneiros] deviam ser tratados como cães e que se os deixássemos acreditar por um momento que eram mais do que cães, já não poderíamos controlá-los", afirmou a militar.

O general Miller foi o comandante do Acampamento Delta, em Guantánamo [Cuba], onde ainda há cerca de 600 prisioneiros capturados pelas forças americanas, sobretudo no Afeganistão.

Karpinski, substituída nas funções de comandante da 800ª Brigada de Polícia Militar, na espera dos resultados da investigação sobre torturas aplicadas a prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib [perto de Bagdá], afirmou ser "um bode expiatório".

Em 2003, Karpinski era responsável pelos 16 centros de detenção do Exército americano no Iraque, entre os quais a prisão de Abu Ghraib.

"O centro onde eram interrogados os prisioneiros funcionava sob um comando separado e eu não tinha nenhuma razão para ir aos blocos de células 1A e 1B ou para visitar esse centro, pois não estavam sob minha direção", disse Karpinski.

A general faz parte de um grupo de sete oficiais punidos pelo Exército devido ao escândalo das torturas contra prisioneiros iraquianos. Ao contrário dos outros seis que receberam uma punição que põe de fato fim a suas carreiras militares, por enquanto a general Karpinski só recebeu uma advertência.

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