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Turquia tenta convencer EUA e Rússia a desistir de sanções ao Irã
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da Efe, em Ancara (Turquia)
da Reportagem Local
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, entrou em contato com seu colega russo, Vladimir Putin, e com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para defender o acordo de troca de urânio com o Irã e convencê-los a desistir da nova rodada de sanções contra o programa nuclear iraniano.
O Brasil e Turquia afirmaram, logo após fechar o acordo com o Irã na segunda-feira, que as sanções não eram mais necessárias, já que Teerã se mostrara disposto a negociar. As potências, contudo, receberam com ceticismo o documento e afirmaram que as sanções são válidas até que o Irã interrompa o enriquecimento de urânio no país e dê garantias de que seu programa nuclear é pacífico.
Segundo um comunicado do Escritório do primeiro-ministro, Erdogan falou na quarta-feira à noite por telefone com Putin e Obama.
Nas conversas, ressaltou sua convicção de que o acordo assinado em Teerã é um triunfo da diplomacia, e constitui a última oportunidade de resolver pacificamente o litígio sobre o programa nuclear iraniano, segundo a nota.
O texto acrescenta que tanto Putin quanto Obama responderam que avaliavam os esforços da Turquia, apesar do presidente americano ter dito que avaliará atentamente a mensagem que o Irã enviará à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A administração de Obama apresentou na terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução, estipulado previamente com os outros quatro membros permanentes do órgão, para endurecer as sanções contra o Irã.
A apresentação da minuta de resolução aconteceu um dia depois que Turquia e Brasil, dois membros não-permanentes do Conselho, conseguiram um acordo com o Irã, pelo qual Teerã se compromete a enviar à Turquia 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido em troca de receber, no prazo de um ano, 120 quilos de combustível nuclear para seu reator científico.
Fontes oficiais citadas pela imprensa turca afirmam que o país votará contra a resolução apresentada pelos EUA se não se forem considerados os esforços turcos e brasileiros.
O ministro turco de Exteriores, Ahmet Davutoglu, tinha advertido em entrevista que, após este acordo, "a bola estava no campo do Ocidente" e recomendou os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança a trabalharem "em um cenário positivo".
Davutoglu afirmou que os EUA foram bem informados sobre o processo (que levou ao acordo) desde o início, e ressaltou que tudo o que pedia o Ocidente ao Irã estava previsto no acordo da segunda-feira.
Brasil
O Brasil fez um apelo ao Conselho de Segurança da ONU, em carta enviada nesta quarta-feira, para que seja dada uma chance à negociação com o Irã e que sejam evitadas "medidas prejudiciais a uma solução pacífica para a questão nuclear" iraniana.
"Nós temos total confiança de que o grupo 5+1 irá revisar a Declaração Conjunta com uma visão para abrir caminho (...) considerando questões relacionadas ao programa nuclear iraniano e questões mais amplas de preocupação mútua, por meio de um diálogo construtivo", disse a carta assinada por Brasil e Turquia, referindo-se aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança --EUA, Reino Unido, França, Rússia e China-- mais a Alemanha.
O Brasil ocupa atualmente um assento rotativo no Conselho de Segurança da ONU.
O presidente Lula também advertiu pessoalmente nesta quarta-feira sobre um retrocesso nas negociações caso o Conselho de Segurança não mostre "disposição" para negociar.
"Agora depende do Conselho de Segurança da ONU sentar-se com disposição de negociar, porque se não quiser negociar, será um passo atrás", advertiu Lula durante conferência sobre a economia brasileira em Madri.
Lula disse também que Brasil e Turquia, no acordo ao qual chegaram com o Irã, fizeram "exatamente o que os Estados Unidos queriam fazer há cinco ou seis meses".
"Qual era o grande problema do Irã? Que ninguém podia fazer com que o país se sentasse para negociar. A única coisa que queríamos era convencer o Irã de que deveria assumir o compromisso com a Agência (Internacional de Energia Atômica, AIEA) e negociar, depositar seu urânio na Turquia. Isso foi feito", disse ele.
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