Depois do Facebook, Paquistão bloqueia YouTube para "conter blasfêmia"

O Paquistão decidiu nesta quinta-feira bloquear o popular site de vídeos na internet Youtube, por um prazo indeterminado, para conter "material de blasfêmia". O site é a segunda vítima da cruzada contra a internet de Islamabad, que vetou ontem o acesso ao site de relacionamentos Facebook por uma competição de caricaturas do profeta Maomé.

Qualquer representação do profeta Maomé é considerada anti-islâmica e uma blasfêmia pelos muçulmanos.

Wahaj-us-Siraj, CEO da Nayatel, provedora de internet, disse que a Autoridade de Telecomunicações do Paquistão emitiu uma ordem na noite de quarta-feira exigindo o bloqueio imediato do site de vídeos.

"Foi uma instrução séria, eles queriam que fizéssemos rapidamente e os informássemos em seguida", disse.

YouTube já havia sido bloqueado no Paquistão em 2007, por cerca de um ano, pelo que Islamabad classificou de vídeos anti-islâmicos.

Já o Facebook foi bloqueado após uma determinação do Tribunal Superior de Lahore, que proibiu temporariamente o acesso após a imprensa noticiar que a competição ocorreria em 20 de maio.

"O tribunal decretou que o governo bloqueasse o Facebook imediatamente, até 31 de maio, devido a esta competição profana", disse Azhar Aiddique, um representante do Fórum de Advogados Islâmicos, que abriu o processo no Tribunal Superior, à Reuters.

"O tribunal também determinou que o Ministério de Relações Exteriores investigue por que esta competição está acontecendo."

Um porta-voz da reguladora de telecomunicações afirmou que o governo decretou que provedores bloqueiem apenas a página em que estavam publicadas as caricaturas. Mas, na quarta-feira, o tribunal ampliou o decreto para incluir o site inteiro.