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07/11/2004 - 19h51

Governo declara estado de emergência no Iraque após 21 mortes

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da Folha Online

O premiê interino do Iraque, Iyad Allawi, determinou o início da lei marcial (estado de emergência) no país neste domingo. O alerta deve vigorar durante 60 dias, período no qual forças iraquianas se preparam para uma ofensiva em larga escala na cidade de Fallujah, localizada a 50 km a oeste de Bagdá. O decreto foi anunciado após rebeldes assassinarem, nesta manhã, 21 soldados iraquianos de três postos policiais diferentes na província de Al Anbar.

Quando um país estabelece a lei marcial, seu governo pode criar postos de controle, impor toques de recolher e até deter cidadãos, para apresentá-los em até 24 horas a um juiz.

"Nós implementamos a lei hoje e vamos fazer isso sempre que necessário", garantiu Allawi, alertando as forças iraquianas e norte-americanas sobre as dificuldades que terão para enfrentar terroristas e rebeldes.

A região do Curdistão, no norte do país, está isenta do estado de emergência, pois o foco agora são os insurgentes de Fallujah. "Não podemos esperar para sempre. Estamos prontos para intervir e libertar a população que foi tomada como refém por grupos de terroristas e bandidos do velho regime", explicou o premiê interino. "No tempo de Saddam Hussein, essas pessoas estavam envolvidas com atrocidades", completou.

O anúncio sobre a lei marcial foi divulgado nesta manhã pelo porta-voz do governo iraquiano, Thair Hassan al Naqib. Logo depois da notícia, fortes explosões foram ouvidas em Bagdá.

A onda de violência deflagrada por insurgentes neste final de semana já matou 58 pessoas e deixou 60 feridos.

O foco da violência está concentrado no chamado Triângulo Sunita, conhecido por ser um bastião anti-Estados Unidos, e que compreende a capital Bagdá, a cidade de Ramadi [100 km ao oeste da capital] e Tikrit [180 km ao norte de Bagdá].

Cerca de 10.000 soldados americanos aguardam a sinalização do primeiro-ministro interino iraquiano para iniciar a ofensiva na região.

Oficiais iraquianos

Além dos 21 soldados da Província de Al Anbar, houve outros ataques que causaram mortes de oficiais iraquianos na região.

Três oficiais da Província de Diyala foram mortos quando se dirigiram para um funeral de um colega assassinado, em Karbala. Um dos colaboradores do governador Jassim Mohammed foi morto em Diyala junto aos membros do conselho da Província Shihab Ahmed e Dureid Mohammed, segundo um oficial iraquiano.

Reação

Múltiplas explosões ecoaram pela capital Bagdá neste domingo. Moradores locais disseram que granadas foram atiradas contra carros de polícia na rua Haifa, que fica no centro da cidade. Insurgentes atacaram também comboios militares americanos no oeste da cidade.

Um carro-bomba explodiu perto da casa do ministro interino das Finanças iraquiano, Adil Abdel Mahdi, que não foi ferido. Um de seus guardas morreu em decorrência da explosão.

Preparativos

Na manhã deste domingo, fuzileiros navais americanos bombardearam uma barricada usada por rebeldes na cidade de Fallujah e atingiram insurgentes que carregavam armas, matando ao menos 16 pessoas.

Dois soldados americanos foram feridos em um posto nas cercanias de Fallujah, segundo informações do Exército.

Aviões americanos bombardeiam o bastião rebelde há dias, e fizeram hoje um dos mais intensos ataques à região. Cinco depósitos de armas foram destruídos ontem.

Fontes da inteligência americana estimam que há cerca de 3.000 insurgentes na cidade. Mais da metade do total de 300 mil habitantes da cidade fugiu na semana passada.

Zarqawi

Um comunicado postado na internet e atribuído ao grupo do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi reivindicou a responsabilidade dos ataques rebeldes ocorridos ontem em Samarra, Ramadi e Bagdá.

A veracidade do comunicado não pôde ser verificada, mas militares americanos acreditam que o grupo de Zarqawi use Fallujah como base principal de suas operações.

Com agências internacionais

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