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08/11/2004
-
09h18
da France Presse, em Gaza
As acusações da mulher de Iasser Arafat contra os principais líderes palestinos, que segundo ela querem enterrar seu marido vivo, provocaram um grande mal-estar no governo palestino, que decidiu cancelar sua viagem a Paris [França].
Na manhã desta segunda-feira a ministra francesa da Defesa, Michèle Alliot-Marie, confirmou à emissora de rádio Europe 1 que os três membros da direção palestina que deviam visitar Arafat em Paris desistiram da viagem.
Alliot-Marie se negou a divulgar informações sobre o estado de saúde do líder palestino.
A ministra francesa disse que os médicos do hospital Percy, "aplicam pura e simplesmente as regras deontológicas aplicáveis a qualquer médico, divulgam comunicados que são perfeitamente exatos, mas também existe um direito ao sigilo médico, que se emprega a Arafat como a qualquer um".
"A delegação decidiu não viajar no momento. Estamos tentando convencê-los", afirmou o secretário da presidência palestina, Tayeb Abdelrahim, em Ramallah (Cisjordânia).
Suha Arafat, que está no hospital Percy, em Clamart [sudoeste de Paris], ao lado do marido, do qual vive separada, fez sua primeira declaração desde a chegada do líder palestino à França e acusou seus colaboradores de desejarem "herdar o poder" e "enterrá-lo vivo".
"Abu Ammar [nome de guerra de Arafat] está bem e voltará a sua pátria, mas Mazen [Mahmoud Abbas, que é mais conhecido como Abu Mazen e é secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina], Korei [Ahmed, primeiro-ministro palestino] e Shaat [Nabil, ministro das Relações Exteriores] , que tentam herdar seu poder, querem enterrar Arafat vivo", declarou Suha à emissora de televisão Al Jazira, do Qatar.
Os três membros da cúpula política palestina eram esperados nesta segunda-feira na França para visitar Arafat, reunir-se com o chanceler francês Michel Barnier e agradecer ao presidente Jacques Chirac por sua hospitalidade.
Ironicamente, o caos e a confusão que estes dirigentes se esforçam em evitar nos territórios em caso de morte do dirigente já começou, mas não entre os palestinos e sim entre seus próprios líderes.
"Arafat não pertence a uma pequena família, pertence a todo o povo palestino e pedimos a Alá que retorne em bom estado para concretizar o sonho de um Estado Palestino", afirmou Abdelrahim, secretário da presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Abdelrahim pediu ao povo palestino que "não escute opiniões que só pretendem provocar problemas e instabilidade".
Segundo ele, o governo palestino tenta convencer os três dirigentes a viajar a Paris e ignorar os "obstáculos" provocados por esta peculiar primeira-dama palestina.
"Estamos surpresos de ver que Suha quer ignorar as decisões palestinas e isolar o presidente por razões desconhecidas", acrescentou.
Suha, 42, casou-se em segredo com Arafat em 1990 e cinco anos depois deu à luz a sua única filha, Zahwa. Ela vivia separada de seu marido e não era especialmente querida pelo povo palestino, que critica, entre outras coisas, o fato de ter abandonado seu marido quando ele estava confinado pelo Exército de Israel em Ramallah e viver gastando dinheiro em Paris.
Desde que Arafat foi internado na França, Suha não saiu do lado do marido no hospital. Ela se encarrega de filtrar as escassas informações sobre o estado de saúde de Arafat passadas à imprensa e à própria direção palestina.
Ontem, depois de receber uma mensagem da esposa do líder através de Mohammed Dahlan, ex-secretário de segurança de Gaza, que viajou de Paris à Ramallah pelo desejo expresso de Suha, os três dirigentes palestinos decidiram preparar as malas e seguir para Paris com o objetivo de comprovar o estado de saúde de Arafat, que é um verdadeiro mistério.
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Mulher de Arafat provoca crise no governo palestino
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As acusações da mulher de Iasser Arafat contra os principais líderes palestinos, que segundo ela querem enterrar seu marido vivo, provocaram um grande mal-estar no governo palestino, que decidiu cancelar sua viagem a Paris [França].
Na manhã desta segunda-feira a ministra francesa da Defesa, Michèle Alliot-Marie, confirmou à emissora de rádio Europe 1 que os três membros da direção palestina que deviam visitar Arafat em Paris desistiram da viagem.
Alliot-Marie se negou a divulgar informações sobre o estado de saúde do líder palestino.
A ministra francesa disse que os médicos do hospital Percy, "aplicam pura e simplesmente as regras deontológicas aplicáveis a qualquer médico, divulgam comunicados que são perfeitamente exatos, mas também existe um direito ao sigilo médico, que se emprega a Arafat como a qualquer um".
"A delegação decidiu não viajar no momento. Estamos tentando convencê-los", afirmou o secretário da presidência palestina, Tayeb Abdelrahim, em Ramallah (Cisjordânia).
Suha Arafat, que está no hospital Percy, em Clamart [sudoeste de Paris], ao lado do marido, do qual vive separada, fez sua primeira declaração desde a chegada do líder palestino à França e acusou seus colaboradores de desejarem "herdar o poder" e "enterrá-lo vivo".
"Abu Ammar [nome de guerra de Arafat] está bem e voltará a sua pátria, mas Mazen [Mahmoud Abbas, que é mais conhecido como Abu Mazen e é secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina], Korei [Ahmed, primeiro-ministro palestino] e Shaat [Nabil, ministro das Relações Exteriores] , que tentam herdar seu poder, querem enterrar Arafat vivo", declarou Suha à emissora de televisão Al Jazira, do Qatar.
Os três membros da cúpula política palestina eram esperados nesta segunda-feira na França para visitar Arafat, reunir-se com o chanceler francês Michel Barnier e agradecer ao presidente Jacques Chirac por sua hospitalidade.
Ironicamente, o caos e a confusão que estes dirigentes se esforçam em evitar nos territórios em caso de morte do dirigente já começou, mas não entre os palestinos e sim entre seus próprios líderes.
"Arafat não pertence a uma pequena família, pertence a todo o povo palestino e pedimos a Alá que retorne em bom estado para concretizar o sonho de um Estado Palestino", afirmou Abdelrahim, secretário da presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Abdelrahim pediu ao povo palestino que "não escute opiniões que só pretendem provocar problemas e instabilidade".
Segundo ele, o governo palestino tenta convencer os três dirigentes a viajar a Paris e ignorar os "obstáculos" provocados por esta peculiar primeira-dama palestina.
"Estamos surpresos de ver que Suha quer ignorar as decisões palestinas e isolar o presidente por razões desconhecidas", acrescentou.
Suha, 42, casou-se em segredo com Arafat em 1990 e cinco anos depois deu à luz a sua única filha, Zahwa. Ela vivia separada de seu marido e não era especialmente querida pelo povo palestino, que critica, entre outras coisas, o fato de ter abandonado seu marido quando ele estava confinado pelo Exército de Israel em Ramallah e viver gastando dinheiro em Paris.
Desde que Arafat foi internado na França, Suha não saiu do lado do marido no hospital. Ela se encarrega de filtrar as escassas informações sobre o estado de saúde de Arafat passadas à imprensa e à própria direção palestina.
Ontem, depois de receber uma mensagem da esposa do líder através de Mohammed Dahlan, ex-secretário de segurança de Gaza, que viajou de Paris à Ramallah pelo desejo expresso de Suha, os três dirigentes palestinos decidiram preparar as malas e seguir para Paris com o objetivo de comprovar o estado de saúde de Arafat, que é um verdadeiro mistério.
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