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12/11/2004 - 22h32

Muçulmanos rezam por Arafat em Foz do Iguaçu

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da Agência Folha em Foz do Iguaçu

Cerca de 200 muçulmanos rezaram por Iasser Arafat na mesquita sunita Omar Ibn Al-Khatab, em Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina) nesta sexta-feira.

Homens, mulheres e crianças oraram pelo líder palestino depois do tradicional sermão realizado no Dia Mundial de Jerusalém, que cai na última sexta-feira do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer, que acontece no nono mês do calendário islâmico].

Durante a orientação religiosa, o xeque Taleb Jomaa afirmou que excepcionalmente foi uma sexta-feira triste, que precisou ser utilizada para pedir descanso à alma de Arafat. Em sua opinião, o líder usou muita diplomacia na luta pela criação do Estado Palestino, mas acabou morrendo como um mártir.

Em entrevista após a oração, Jomaa fez uma crítica indireta aos Estados Unidos. Segundo ele, Arafat seria amado pelo Ocidente se tivesse cedido Jerusalém para Israel. "Agora ele estaria tomando champanhe com o presidente George Bush, e nós não estaríamos tristes", disse, conforme tradução feita pelo presidente do Centro Cultural Beneficente Islâmico de Foz, o libanês Zaki Mohamad Moussa, 40.

O comerciante Kamal Osman, 53, foi um dos muçulmanos presentes na oração. Apesar da perda de Arafat, ele acredita que a paz pode ser alcançada. "Morre um rei, nasce outro rei", afirmou, frisando desejar o "paraíso" a Arafat assim como para qualquer um que "tomba como mártir pela causa palestina".

A comunidade árabe da região é considerada a segunda maior do país, com 10 mil imigrantes e descendentes. Perto de 50 famílias de palestinos residem na cidade, estima o presidente da Sociedade Árabe Palestina Brasileira de Foz, Mohamed Hasan, 59, que programa uma audiência na Câmara Municipal de Foz no Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, em 29 de novembro, em homenagem a Arafat.

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