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19/11/2004
-
09h54
da Folha Online
Oito dias após a morte do líder palestino Iasser Arafat, ainda há muita especulação sobre sua morte. Para resolver o impasse que tem sido criado com as autoridades palestinas, franceses disseram que vão entregar o relatório médico do líder palestino ao sobrinho de Arafat, Nasser al Kidwa, que embarca nesta sexta-feira para a França.
A resistência em liberar informações sobre o estado de saúde de Arafat enquanto ele esteve internado, assim como após sua morte, fez gerar inúmeras especulações a respeito de sua saúde, entre elas cirrose, Aids, desordem sangüínea e envenenamento.
"O dossiê médico do presidente [da Autoridade Nacional Palestina] Iasser Arafat é um documento histórico para o povo palestino", disse o secretário de gabinete do governo palestino, Hassan Abu Libdeh.
"Teremos o relatório e os líderes palestinos vão tomar as decisões necessárias, inclusive sobre a transmissão dessas informações à população", afirmou.
França
Autoridades dizem que a lei francesa não permite tornar público o relatório de Arafat. Até agora, ninguém anunciou a causa da morte do líder palestino, ocorrida em 11 de novembro no hospital Percy, em Clamart, sudoeste de Paris.
A norma, entretanto, não especifica qual é o grau de parentesco necessário para que um familiar resgate as informações médicas do paciente. Al Kidwa foi considerado um familiar bastante próximo, e por isso terá acesso às informações.
O chanceler francês, Michel Barnier, afirmou nesta quarta-feira (17) à noite, durante uma entrevista à rede de TV francesa iTele, que "a França não esconde nada" sobre a morte de Arafat e que o relatório médico será entregue "aos interessados".
"Os dirigentes palestinos vieram a Paris (...), conversaram durante um longo tempo com a equipe médica e, depois, o próprio ministro das Relações Exteriores palestino, Nabil Shaath, disse que o boato de envenenamento era infundado", afirmou Barnier.
O chanceler explicou que o boletim médico é comunicado "à família e a todos os interessados que assim o pedirem". Segundo ele, "provavelmente, será por esse meio que se conhecerá seu conteúdo".
Especulações
Na última quarta-feira, o jornal francês "Le Monde", citando fontes que chamou "seguras", disse que Arafat morreu de uma desordem no sangue, conhecida por coagulação intravascular disseminada (CIVD).
O jornal diz que a doença "se trata de um transtorno completo de todos os mecanismos que, normalmente, garantem o processo de coagulação sangüínea --que leva ao surgimento de hemorragias importantes cujas conseqüências podem ser fatais".
Especialistas dizem que o diagnóstico pode explicar a condição clínica de Arafat, mas que a CIVD é uma doença secundária, provocada por alguma outra doença --geralmente uma infecção severa ou câncer.
O "Le Monde" também cita que Arafat pode ter morrido de cirrose hepática.
Este problema no fígado pode ser resultado de uma série de doenças no órgão, incluindo alcoolismo, intoxicação por medicamentos, desordens imunológicas e hepatite crônica.
Doenças do fígado são mais comuns no Oriente Médio do que em outras partes do mundo. Infecção por hepatite B ou C são as principais causas, segundo médicos.
Com agências internacionais
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Oito dias após a morte do líder palestino Iasser Arafat, ainda há muita especulação sobre sua morte. Para resolver o impasse que tem sido criado com as autoridades palestinas, franceses disseram que vão entregar o relatório médico do líder palestino ao sobrinho de Arafat, Nasser al Kidwa, que embarca nesta sexta-feira para a França.
A resistência em liberar informações sobre o estado de saúde de Arafat enquanto ele esteve internado, assim como após sua morte, fez gerar inúmeras especulações a respeito de sua saúde, entre elas cirrose, Aids, desordem sangüínea e envenenamento.
"O dossiê médico do presidente [da Autoridade Nacional Palestina] Iasser Arafat é um documento histórico para o povo palestino", disse o secretário de gabinete do governo palestino, Hassan Abu Libdeh.
"Teremos o relatório e os líderes palestinos vão tomar as decisões necessárias, inclusive sobre a transmissão dessas informações à população", afirmou.
França
Autoridades dizem que a lei francesa não permite tornar público o relatório de Arafat. Até agora, ninguém anunciou a causa da morte do líder palestino, ocorrida em 11 de novembro no hospital Percy, em Clamart, sudoeste de Paris.
A norma, entretanto, não especifica qual é o grau de parentesco necessário para que um familiar resgate as informações médicas do paciente. Al Kidwa foi considerado um familiar bastante próximo, e por isso terá acesso às informações.
O chanceler francês, Michel Barnier, afirmou nesta quarta-feira (17) à noite, durante uma entrevista à rede de TV francesa iTele, que "a França não esconde nada" sobre a morte de Arafat e que o relatório médico será entregue "aos interessados".
"Os dirigentes palestinos vieram a Paris (...), conversaram durante um longo tempo com a equipe médica e, depois, o próprio ministro das Relações Exteriores palestino, Nabil Shaath, disse que o boato de envenenamento era infundado", afirmou Barnier.
O chanceler explicou que o boletim médico é comunicado "à família e a todos os interessados que assim o pedirem". Segundo ele, "provavelmente, será por esse meio que se conhecerá seu conteúdo".
Especulações
Na última quarta-feira, o jornal francês "Le Monde", citando fontes que chamou "seguras", disse que Arafat morreu de uma desordem no sangue, conhecida por coagulação intravascular disseminada (CIVD).
O jornal diz que a doença "se trata de um transtorno completo de todos os mecanismos que, normalmente, garantem o processo de coagulação sangüínea --que leva ao surgimento de hemorragias importantes cujas conseqüências podem ser fatais".
Especialistas dizem que o diagnóstico pode explicar a condição clínica de Arafat, mas que a CIVD é uma doença secundária, provocada por alguma outra doença --geralmente uma infecção severa ou câncer.
O "Le Monde" também cita que Arafat pode ter morrido de cirrose hepática.
Este problema no fígado pode ser resultado de uma série de doenças no órgão, incluindo alcoolismo, intoxicação por medicamentos, desordens imunológicas e hepatite crônica.
Doenças do fígado são mais comuns no Oriente Médio do que em outras partes do mundo. Infecção por hepatite B ou C são as principais causas, segundo médicos.
Com agências internacionais
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