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01/12/2004 - 13h17

Ucrânia é país estratégico para governo russo, dizem especialistas

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BÉATRICE LE BOHEC
da France Presse, em Paris

A Ucrânia, por onde passa a maior parte do gás russo, é um país estratégico para Moscou, que obtém na exportação do produto 25% de sua receita. O país é hoje o principal ponto de passagem do produto.

A Rússia, maior exportador mundial de gás e responsável por um quarto de toda a produção do planeta, faz passar pela Ucrânia mais de 75% do produto destinado aos mercados europeus.

"A maioria das vias de abastecimento do gás natural para a Europa passa pelo país. Essa é uma das razões do interesse de Moscou sobre o problema eleitoral ucraniano", afirmou Thomas Gomart, pesquisador do Instituto Francês das Relações Internacionais (IFRI) e especialista na Comunidade dos Países Independentes (CEI), e na Rússia.

Segundo Gomart, os russos acreditam que devem manter uma forte influência nas zonas de trânsito. "Isto ocorre na Ucrânia, mas também no Cazaquistão, onde Moscou estreitou recentemente seus laços."

Dependência

Seja qual for o resultado das negociações sobre a eleição presidencial, a Ucrânia não poderá descartar sua proximidade geográfica com a Rússia.

Além disso, um terço dos intercâmbios comerciais se realiza com a Rússia, país do qual é energeticamente muito dependente.

Em 2003, a Ucrânia importou da Rússia cerca de 62 bilhões de metros cúbicos de gás, quase 30% das exportações russas de gás. A Rússia exportou neste mesmo ano um total de 215 bilhões de metros cúbicos do produto.

Por outro lado, a Rússia espera se beneficiar de seus importantes investimentos na Ucrânia. Este país, que registra um forte crescimento, depende em grande parte do dinamismo econômico russo.

Apoio

Se a oposição ganhar as polêmicas eleições, "Viktor Yushchenko se verá obrigado a seguir os passos do atual presidente Leonid Kuchma, que navegou entre o desejo de independência e o temor de provocar a Rússia", afirmou Gomart.

"Inclusive, se nada for capaz de contornar a situação na Ucrânia, a oposição sabe que no caso de perturbação no fornecimento de gás não poderão contar com o apoio dos Estados Unidos ou da Europa", disse Francis Perrin, diretor de redação da revista "Petróleo e Gás Árabes", editada pelo Centro de Pesquisa de Petróleo Árabe, organização independente.

"Mesmo com a mudança na diretriz do regime, as exportações não podem ser paralisadas. O novo poder terá o cuidado de manter a segurança em torno dos gasodutos", afirmou Perrin.

Para os países da União Européia, o caráter estratégico da Ucrânia não é tão acentuado, já que podem diversificar suas fontes de administração do combustível recorrendo a países do Oriente Médio.

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