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26/12/2004 - 22h08

Yushchenko vence eleição histórica na Ucrânia

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da France Presse, em Kiev

O candidato da oposição Viktor Yushchenko ganhou por ampla margem de votos as históricas eleições presidenciais da Ucrânia realizadas neste domingo (26), segundo resultados parciais da recontagem de votos e várias pesquisas de boca-de-urna.

Os partidários de Yushchenko lotaram na noite de hoje a praça da Independência em Kiev, lugar símbolo onde começaram os protestos da oposição após as polêmicas eleições de 21 de novembro passado, anuladas por causa de fraudes em massa.

Com 27,52% dos votos apurados, o candidato pró-ocidental obtinha 57,64% dos votos, uma vantagem de 20 pontos percentuais em relação a seu rival, o candidato pró-russo Viktor Yanukovich, que somava 38,65%, de acordo com resultados divulgados pela Comissão Eleitoral Central.

As diversas pesquisas de boca-de-urna dão resultados parecidos, com vantagens de entre 15 e 20 pontos para Yushchenko.

Entre 30 mil e 50 mil simpatizantes de Yushchenko saíram às ruas de Kiev para se reunir na Praça da Independência, que cobriram com bandeiras laranjas, cantando a favor de seu líder e lançando fogos de artifício.

Mykola Tomenko, um deputado da coalizão Nossa Ucrânia, liderada por Yushchenko, tomou a palavra para dizer que Moscou não pôde garantir a vitória de Yanukovich desta vez.

Vladimir "Putin [presidente russo] não parabenizou Yanukovich desta vez porque compreendeu que é impossível bloquear nossa liberdade", declarou. A opositora Julia Timochenko também se dirigiu aos simpatizantes pela rede de tevê Canal 5, garantindo que "uma nova era política está começando na Ucrânia", depois de dez anos de governo do presidente Leonid Kuchma.

"Tudo será feito conforme a lei e ninguém deve ter medo. Yushchenko e eu não comemos criancinhas no café da manhã, somos pessoas normais (...). As reformas acontecerão em diferentes níveis, mas isso não quer dizer que seremos cruéis no que faremos", declarou Timochenko.

Yanukovich, por sua vez, lamentou as "violações dos direitos constitucionais e dos direitos humanos" nestas eleições. Referindo-se às dificuldades que as pessoas doentes e idosas tiveram para votar devido às modificação da lei eleitoral realizadas na última hora, o candidato pró-russo declarou que "defenderá os direitos dos eleitores por todos os meios legais possíveis", depois de examinar os documentos que relatam irregularidades.

"Espero a vitória, mas, se for derrotado, farei uma oposição dura no Parlamento", destacou o outrora candidato do poder. Yanukovich foi abandonado por Kuchma depois de acusações abertas ao governo de orquestrar uma "fraude em massa" nas eleições anteriores.

Para garantir que o mesmo problema voltasse a acontecer, desta vez cerca de 12 mil observadores estrangeiros acompanharam a votação e nenhuma grande fraude foi observada neste domingo, mesmo que "algumas violações da lei eleitoral tenham acontecido", anunciou a organização não-governamental Comitê dos Eleitores Ucraniano.

"De forma preliminar, podemos concluir que não houve fraudes em massa", declarou em um comunicado a organização que mobilizou 10 mil observadores.

Entre as irregularidades relatadas, o comitê citou problemas de acesso dos observadores a várias seções eleitorais em Transcarpacia (oeste) e listas de eleitores mal feitas, em que alguns não constavam e outros estavam registrados duas vezes, nas regiões de Tcherkassy (centro), Dnipropetrovsk (Leste) e na Transcarpacia.

Um observador da ONG que relatou irregularidades a favor do primeiro-ministro Viktor Ianoukovitch foi agredido por um membro da comissão eleitoral de Trasncarpacia, que bateu nele e rasgou seus documentos, afirmou a ONG.

Também foram observados problemas no envio das cédulas aos eleitores nas regiões de Louhansk (leste), Mykolaïv (sul) e Dnipropetrovsk, onde alguns eleitores receberam o papel sem apresentar seus passaportes, de acordo com a mesma fonte.

Os resultados gerais completos estarão prontos na manhã desta segunda-feira, mas não poderão ser anunciados antes do exame de todas as eventuais denúncias de violações ao procedimento eleitoral.

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