Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/01/2005 - 09h37

Índia recusa ajuda internacional; sobreviventes passam fome

Publicidade

da Folha Online

O governo indiano não permitiu que membros de organizações humanitárias e voluntários internacionais entrassem nas regiões mais atingidas pelo maremoto que devastou países do sul da Ásia e África no domingo (26). Em Andaman e Nicobar, dois dos locais mais afetados, não está claro o número exato de vítimas. As pessoas sofrem com a falta de água e alimentos.

Autoridades indianas tradicionalmente barram a entrada de estrangeiros na maioria das ilhas. Um dos motivos é a segurança, já que há uma base da Força Aérea indiana em Car Nicobar. Há também um grupo de indígenas que habitam a região, que seriam especialmente protegidos pelo governo. Até mesmo os indianos precisam de permissão especial para ir ao local.

Poucos voluntários conseguiram chegar em Port Blair, a principal cidade das ilhas de Andaman e Nicobar, onde não é necessário nenhuma permissão especial para entrar. Mas ninguém pode percorrer as cerca de 500 ilhas da região, severamente atingidas pelo maremoto.

"Não há nada para comer. Não há água. Em alguns dias, as pessoas começarão a morrer de fome", disse Anup Ghatak, morador local. Ontem, um funcionário da administração regional citado pela agência de notícias Associated Press (AP) afirmou que 712 corpos foram enterrados ou cremados, e ao menos 3.754 pessoas estavam desaparecidas.

Sobreviventes se aglomeraram em oito campos de sobreviventes de Port Blair, capital dos arquipélagos de Andamam e Car Nicobar, na baía de Bengala. "Há fome. As pessoas não têm comida ou água há cinco dias, ao menos. Há muitos corpos e logo haverá epidemias", disse Manoranjan Bhakta, deputado do local, à AP.

Segundo a agência de notícias Reuters, o Ministério do Interior indiano divulgou um comunicado neste sábado afirmando que há uma estimativa de mais de 12 mil pessoas mortas. O número oficial de mortos no país chega a 8.942.

Mais tremores

Seis réplicas foram sentidas na região de Andaman e Car Nicobar na madrugada de sábado, segundo autoridades locais, citadas pela AP. Os tremores alcançaram magnitudes entre 5,2 e 5,9 graus na escala Richter.

Cientistas também registraram terremotos de magnitude entre 6,5 e 7 graus na escala Richter próximos à ilha de Sumatra, na Indonésia.

O epicentro desse novo abalo sísmico foi localizado a cerca de 410 km do terremoto de 26 de dezembro, que atingiu 9 graus na escala Richter, e provocou um maremoto que deixou mais de 123 mil vítimas no sul da Ásia. Ainda há milhares de desaparecidos.

O observatório sismológico de Hong Kong, assim como o de Estrasburgo [França], também registraram um violento tremor, de 6,5 graus de magnitude, em frente ao litoral oeste de Sumatra, a cerca de 350 km de Banda Aceh, capital da Província de Aceh, uma das regiões mais atingidas pelo maremoto.

Estimativa

O número de mortos do maremoto no sul da Ásia e na costa leste da África pode chegar a 150 mil pessoas, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas) e, segundo o chefe do trabalho humanitário da organização, Jan Egeland, o número exato de vítimas nunca será conhecido.

Segundo os últimos dados dados oficiais divulgados pelos países afetados, ao menos 123 mil pessoas morreram. Os países mais afetados foram a Indonésia, o Sri Lanka e a Índia.

Ao menos 80 mil pessoas morreram na Indonésia. Ontem, autoridades do país afirmaram que seria impossível contar o número exato de mortos na tragédia.

No Sri Lanka, ao menos 28.729 pessoas morreram. O número de mortos na Tailândia chega a 4.812 e destes, 2.230 podem ser estrangeiros. Bangladesh, Maldivas, Malásia e Mianmar tiveram 231 mortos. Na África, os países atingidos, Quênia, Somália e Tanzânia, têm ao todo 211 mortos.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Cientistas registram novo terremoto no sul da Ásia
  • Ajuda para países afetados por maremoto na Ásia chega a US$ 1 bilhão
  • Fortes chuvas atingem região devastada na Indonésia

    Especial
  • Confira o especial sobre a tragédia na Ásia
  • Leia o que já foi publicado sobre maremotos
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página