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25/01/2005 - 14h19

Entenda o caso do brasileiro seqüestrado no Iraque

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da Folha Online

Desde o dia 19, o engenheiro brasileiro João José de Vasconcellos Júnior, 49, funcionário da construtora Norberto Odebrecht no Iraque, está desaparecido. Ele teria sido seqüestrado em uma ação conjunta realizada pelos grupos Brigadas Mujahidin e Exército de Ansar al Sunna.

Por enquanto, os seqüestradores não entraram em contato com a família de Vasconcellos Jr., que mora em Juiz de Fora, Minas Gerais, nem com a construtora ou com o governo brasileiro.

O Itamaraty anunciou ontem que atuará em conjunto com a Odebrecht para a libertação de Vasconcellos Jr. O governo também informou que o embaixador Affonso Celso Ouro-Preto seria enviado a Amã, capital da Jordânia, para participar de qualquer enventual negociação com os seqüestradores. Sua chegada está prevista para a madrugada desta quinta-feira.

Segundo o embaixador brasileiro na Jordânia, Antonio Carlos Coelho da Rocha, as negociações com os seqüestradores ainda não começaram.

Exército americano

As primeiras informações sobre o desaparecimento de Vasconcellos chegaram por meio do Exército americano no dia 19. Segundo os militares, rebeldes teriam feito um ataque contra um comboio da empresa britânica Janusian Risk Management, durante a passagem pela cidade de Beiji, ao norte do país.

O atentado teria matado um britânico e um iraquiano, e teria provocado o desaparecimento de um brasileiro, que não teve, naquele momento, sua identidade revelada. As primeiras informações sobre o caso afirmavam que Vasconcelos trabalhava para a Janusian.

Essa primeira versão foi desmentida no mesmo dia pela construtora Norberto Odebrecht, que disse, por meio de um comunicado, que um funcionário brasileiro no Iraque teria desaparecido no dia 19, também na cidade de Beiji.

Em nota, a Odebrecht esclareceu que a Janusian prestava serviços de segurança à empresa no Iraque, e fazia a escolta dos funcionários que trabalhavam no país.

Nos dois dias subseqüentes ao seqüestro, a Odebrecht não revelou o nome do brasileiro desaparecido, por "razões de segurança". O fato só iria acontecer no sábado (22), por meio de um vídeo divulgado pelos rebeldes, exibido pela rede de TV Al Jazira [Qatar].

Retirada

Um dia após o desaparecimento de Vasconcellos no Iraque, a Odebrecht retirou seus funcionários do país, e os levou para Amã, capital jordaniana. Segundo informações de Glaibor Faria, responsável pela operação da Odebrechet no país, a empresa contava com um pequeno grupo trabalhando no Iraque, que contava com um número entre "cinco e seis funcionários."

Na quinta-feira (20), em entrevista à BBC Brasil, o diplomata Paulo Joppert, responsável pelo núcleo Iraque criado pelo Itamaraty na embaixada brasileira em Amã (Jordânia) afirmou que a nacionalidade brasileira de Vasconcelos não contaria a favor de sua libertação.

No mesmo dia, o grupo rebelde Ansar al Sunna assumiu um ataque na cidade de Beiji, dizendo que um britânico havia sido morto na operação. Até aquele momento, não havia uma ligação clara entre o ataque e o desaparecimento do brasileiro.

Morte de brasileiro

No sábado (22), o grupo Ansar al Sunna divulgou um vídeo que mostrava a carteira de habilitação brasileira de Vasconcelos Jr., além de uma licença para mergulhador e dinheiro brasileiro, americano, europeu e iraquiano.

O vídeo também revelava uma ação conjunta de dois grupos insurgentes que atuam no Iraque: as Brigadas Mujahidin e o Exército de Ansar al Sunna, este último ligado à Al Qaeda, de Osama bin Laden, e considerado autor de uma série de ataques no país.

A gravação foi exibida pela Al Jazira, que disse haver um outro brasileiro morto na ação rebelde sem, no entanto, identificá-lo.

No domingo (23), o embaixador brasileiro na Jordânia, Antonio Carlos Coelho da Rocha, negou à Folha Online que outro brasileiro teria sido morto no atentado. Segundo ele, houve uma "confusão" por causa das mortes do britânico e do iraquiano [que trabalhavam na segurança de Vasconcelos no dia do ataque].

Coelho da Rocha também afirmou que a Odebrecht conduziria as eventuais negociações do seqüestro sozinha.

"Esforços"

O governo brasileiro afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está envolvido pessoalmente para "garantir a vida do cidadão brasileiro. A informação foi divulgada pelo assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.

Segundo a assessoria de imprensa da Odebrecht, a família de Vasconcellos Jr. terá "todos os cuidados necessários" enquanto durar o seqüestro.

Os esforços pela busca de Vasconcellos Jr. foram centralizados pelo Itamaraty, que afirmou, em nota divulgada ontem, "estar em contato" com a Odebrecht e com as representações do Brasil no exterior "para tentar buscar o fim do seqüestro do brasileiro."

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