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02/02/2005 - 09h47

Sunitas rechaçam validade de eleições no Iraque

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da Folha Online

Clérigos sunitas afirmaram que as eleições legislativas do Iraque, realizadas no domingo (30) são ilegítimas, já que um grande número de eleitores sunitas não votou. O comunicado da Associação dos Sábios Muçulmanos, uma das maiores entidades que reúne religiosos sunitas, foi divulgado nesta quarta-feira.

"Nós deixamos claro para a ONU (Organização das Nações Unidas) e para a comunidade internacional que eles [a ONU e outros países] não deveriam se envolver para tentar legitimizar essas eleições, pois tal movimento vai abrir os portões para o mal", afirma o texto.

Um grande número de xiitas iraquianos e curdos participou das eleições para a escolha da nova Assembléia Nacional e dos Parlamentos regionais. A apuração começou nesta terça-feira, e oficiais americanos afirmaram que os eleitores sunitas compareceram em menor número às urnas.

"Vamos respeitar a escolha daqueles que votaram e vamos considerar o novo governo --se todas as partes participarem do processo político-- como um governo de transição, com poderes limitados", diz o comunicado.

Além do boicote sunita, outros problemas ocorreram durante as eleições, segundo a própria comissão eleitoral. Não houve urnas suficientes em Bagdá [capital], Basra e Mossul.

Com o afastamento dos sunitas, analistas prevêem que os xiitas vão ocupar a maioria dos 275 assentos da Assembléia Nacional, seguido pelos curdos e por partidários do primeiro-ministro interino do Iraque, Iyad Allawi.

Irregularidades

Funcionários do comitê eleitoral iraquiano afirmaram que muitos eleitores chegaram pouco antes do horário de encerramento para votar, e por isso não encontraram cédulas. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela rede de TV Al Jazira [Qatar]. A comprovação desse fato pode gerar uma polêmica entre o governo e os sunitas.

O presidente interino do Iraque, Ghazi Yawer, afirmou que cédulas extras tiveram de ser enviadas a Mossul, que concentra uma grande população sunita.

Durante o domingo, várias explosões foram ouvidas na cidade. No bairro de Al Arabi, só o Exército era notado nas ruas. A participação era tão fraca que funcionários eleitorais abordaram um jornalista achando que ele era um eleitor. Os dados divulgados pelo presidente refutam a baixa participação dos eleitores da região.

"Além disso, dezenas de milhares [de eleitores] não puderam votar, por causa da falta de cédulas em Basra, Bagdá, e Najaf", afirmou o presidente.

Apesar disso, a Comissão Eleitoral Independente afirmou que alguns eleitores não foram às urnas por conta de ameaças de violência por parte de rebeldes sunitas.

Mishaan Jiburi, que foi candidato a uma vaga na Assembléia Nacional, acusou a comissão eleitoral iraquiana de não enviar materiais para as regiões sunitas, já que era esperado que os eleitores não comparecessem às urnas.

Com agências internacionais

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