Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/03/2005 - 19h38

Presidente boliviano recebe apoio de líderes da América Latina

Publicidade

da Folha Online

O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, que entregou nesta segunda-feira a carta de renúncia de seu cargo ao Congresso, recebeu o apoio dos governos de seis países da América Latina --Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Paraguai e Uruguai.

07.mar.2005/Reuters
Carlos Mesa,
presidente boliviano

A renúncia de Mesa já havia sido anunciada neste domingo nas TVs bolivianas. Segundo Mesa, a decisão foi tomada devido aos conflitos que estariam "estrangulando" o país, imerso em uma grave crise política e social.

O Brasil impulsionou uma articulação do Mercosul para ajudar a Bolívia na crise. Segundo Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, a situação da Bolívia "causa inquietude" na região.

Garcia disse ainda que Brasília entrou em contato com a chanceler paraguaia, Leila Rachid, cujo país preside o Mercosul, para organizar uma resposta do bloco --formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -- do qual a Bolívia é um dos membros associados.

Argentina

O presidente argentino, Néstor Kirchner, também ofereceu apoio a Mesa durante uma extensa conversa telefônica, afirmaram fontes do governo argentino. Kirchner cancelou sua participação na inauguração do ano letivo na Província de Formosa (noroeste do país) para resolver assuntos ligados à crise boliviana.

Os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, e do Paraguai, Nicanor Duarte, também telefonaram para Mesa.

"Eu e o presidente Uribe acabamos de conversar com ele e expressamos nossa solidariedade e o desejo por uma solução pacífica, que sirva aos propósitos da democracia", disse Duarte.

O líder peruano, Alejandro Toledo, desejou que "o Congresso boliviano ratifique e reafirme a continuidade de seu presidente". O Uruguai também apoiou Mesa e afirmou que procura encontrar, por intermédio do Mercosul, "a melhor forma de lidar com esta situação tão tensa".

Chile

O Chile --país que cortou relações diplomáticas com La Paz em 1978-- "observa com o mais absoluto respeito" o desenrolar da crise, afirmou hoje o secretário geral do governo, Francisco Vidal.

Vidal disse ainda que o governo do presidente Ricardo Lagos considera que "não deve intervir nem comentar decisões e processos do povo, do Estado e dos dirigentes bolivianos".

O Congresso boliviano deve se reunir nesta terça-feira para avaliar se aceitará ou não a renúncia-surpresa de Mesa, que está à frente do governo do país há 17 meses.

Como a maioria do Congresso é liderada por Evo Morales, um dos principais líderes da oposição boliviana --esquerdista do Movimento al Socialismo (MAS)--, o resultado permanece incerto. Mesa é um político independente e não conta com nenhuma base de apoio.

Caso sua renúncia seja aceita, esta será a segunda vez que um presidente boliviano desiste de seu cargo. Há menos de dois anos, Gonzalo Sanchez de Lozada renunciou à Presidência devido a uma onda de protestos violentos que provocou a morte de mais de 60 pessoas. Mesa, que assumiu após a desistência de Lozada, pretendia governar o país até 2007, quando termina seu mandato.

O presidente do Senado, Hormando Vaca Diez, assumirá o cargo de chefe do país caso Mesa deixe o cargo.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Bolivianos vão às ruas pedir que presidente não renuncie
  • Saiba mais sobre a Bolívia

    Especial
  • Enquete: O Congresso deve aceitar a renúncia do presidente?
  • Veja as imagens da crise política na Bolívia
  • Leia o que já foi publicado sobre Carlos Mesa
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página