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26/03/2005 - 01h33

Pais de Terri Schiavo sofrem nova derrota judicial

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da Folha Online

A família de Terri Schiavo teve mais uma derrota judicial na noite desta sexta-feira. A 11ª Corte de Apelações de Atlanta negou outro pedido dos pais, Bob e Mary Schindler, para reinserir o tubo de alimentação da filha, retirado no último dia 18.

"Isto é um homicídio judicial", afirmou Bob Schindler em coletiva à imprensa, logo depois de ser informado de nova derrota. "O que estamos vendo é um livro de tirania judicial", disse.

Terri, que se encontra em estado vegetativo há 15 anos, já demonstra sinais de desidratação. Segundo os médicos que tratam de sua saúde, ela pode viver sem os cuidados necessários por um período entre uma e duas semanas.

Pela manhã, o tribunal federal de Tampa, na Flórida, também rejeitou o pedido dos pais. O juiz James Whittemore, que revisou o caso, deveria decidir entre a emissão de uma interdição provisória para reconectar a paciente ao aparelho de alimentação, enquanto uma outra ação judicial a favor da vida da paciente corre nos tribunais. Essa foi a segunda vez que ele negou a recolocação do tubo.

Apelo

Após mais uma derrota, o casal Schindler voltou a apelar por uma intervenção do governador da Flórida, Jeb Bush. Este, por sua vez, já adiantou que tem poderes limitados para tentar reverter as decisões judiciais.

"Governador Bush, você tem o poder para salvar minha filha. É o sétimo dia [sem alimentação]. Por favor, por favor faça algo", pediu Mary.

Segundo pai da paciente, Terri está "aproximando-se de suas últimas horas de vida". "Ela está enfraquecendo, e algo precisa ser feito urgentemente".

Argumentos

O principal argumento do pedido de restituição emergencial do tubo foi baseado em um relatório médico atestando que Terri pode apresentar um "estado mínimo de consciência", e não estar em estado vegetativo.

As leis do Estado da Flórida dizem que uma pessoa com danos cerebrais graves, e que não tenha deixado instruções expressas sobre seu tratamento, não pode ser desconectada dos aparelhos que mantêm sua vida, a menos que esteja em estado vegetativo.

Há 15 anos, o cérebro de Terri sofreu graves danos porque seu coração parou de bater por alguns minutos --provavelmente devido a uma parada cardíaca causada por deficiência de potássio. Desde então, ela se encontra no que os médicos chamam de estado vegetativo persistente.

Remoção

A determinação da corte estadual para remoção do tubo de alimentação ocorrida na sexta-feira (18), atende aos pedidos do marido de Terri e seu guardião legal, Michael Schiavo.

Ele argumenta que Terri pediu reiteradas vezes, antes de entrar em estado vegetativo, que sua vida não fosse mantida artificialmente. Não há documentos que comprovem esse pedido. Além disso, Michael defende a posição de que não há mais esperanças de cura para a mulher.

"É muito frustrante. Terri sentirá fome e sede até a morte", afirmou Bobby Schindler, irmão da paciente que, segundo ele, "parece uma imagem dos prisioneiros dos campos de concentração".
Com agências internacionais

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