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09/05/2005
-
10h01
FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, no México
Grande parte da fama de populista e radical de Andrés Manuel López Obrador decorre da atuação no seu Estado natal, Tabasco. Após perder a segunda eleição para governador, em 1994, numa disputa marcada por denúncias de fraude eleitoral, o líder esquerdista liderou vários protestos pelo Estado, apoiado por camponeses, com o objetivo de inviabilizar o governo eleito.
Em 1996, convocou mais protestos contra acidentes ambientais provocados pela indústria petrolífera, principal atividade econômica de Tabasco. As manifestações fecharam vários poços, provocando ao menos US$ 8,5 milhões de prejuízo e deixando dezenas de feridos em choques com a polícia.
Para o influente analista político mexicano Lorenzo Meyer, essas ações não justificam a comparação com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"Colocaria Andrés Manuel mais perto de [Néstor] Kirchner, mas não de Chávez, que tentou um golpe de Estado militar. Ele usou a resistência civil, mas não a violência", disse à Folha.
"Ele está consciente de que Lula fez muitos compromissos com a ala conservadora e que tem pouco espaço de manobra agora. Mas creio que, na vida prática, será mais parecido com Lula do que com Kirchner. Pessoalmente, não se identifica com Lula tanto quanto com Kirchner, mas não importa o que ele crê, mas o que faz."
Para Meyer, tanto o México, com o cardenismo, quanto a Argentina, com o peronismo, são os países latino-americanas com maior tradição do populismo na política.
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Grande parte da fama de populista e radical de Andrés Manuel López Obrador decorre da atuação no seu Estado natal, Tabasco. Após perder a segunda eleição para governador, em 1994, numa disputa marcada por denúncias de fraude eleitoral, o líder esquerdista liderou vários protestos pelo Estado, apoiado por camponeses, com o objetivo de inviabilizar o governo eleito.
Em 1996, convocou mais protestos contra acidentes ambientais provocados pela indústria petrolífera, principal atividade econômica de Tabasco. As manifestações fecharam vários poços, provocando ao menos US$ 8,5 milhões de prejuízo e deixando dezenas de feridos em choques com a polícia.
Para o influente analista político mexicano Lorenzo Meyer, essas ações não justificam a comparação com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"Colocaria Andrés Manuel mais perto de [Néstor] Kirchner, mas não de Chávez, que tentou um golpe de Estado militar. Ele usou a resistência civil, mas não a violência", disse à Folha.
"Ele está consciente de que Lula fez muitos compromissos com a ala conservadora e que tem pouco espaço de manobra agora. Mas creio que, na vida prática, será mais parecido com Lula do que com Kirchner. Pessoalmente, não se identifica com Lula tanto quanto com Kirchner, mas não importa o que ele crê, mas o que faz."
Para Meyer, tanto o México, com o cardenismo, quanto a Argentina, com o peronismo, são os países latino-americanas com maior tradição do populismo na política.
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