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05/06/2005
-
09h25
JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S.Paulo, em Santiago
Pediatra, separada do segundo marido e mãe de três filhos, Michelle Bachelet Jeria, 53, tem um perfil semelhante ao de milhares de chilenos que viveram no exílio. Fala cinco idiomas, foi da extrema esquerda, tornou-se socialista e disse a um jornal chileno que "a economia de mercado é muito cruel, e por isso precisa de um Estado que proteja os setores mais vulneráveis".
A candidata que surge como favorita para as eleições presidenciais deste ano nasceu em Santiago. Sua mãe era arqueóloga, e seu pai, da Aeronáutica. O brigadeiro Alberto Bachelet foi preso e torturado após o golpe de 1973 e morreu na prisão de ataque cardíaco.
Ela cursava o quarto ano de medicina na Universidade do Chile quando foi presa e torturada em companhia da mãe. Libertada, obteve asilo na Austrália e em seguida na Alemanha Oriental. Regressou ao Chile em 1979. Concluiu seus estudos e voltou a atuar no Partido Socialista, ao qual pertencera desde os 20 anos.
De 2000 a 2002 foi ministra da Saúde e, depois, ficou dois anos na Defesa. Conduziu com discreta habilidade o final do processo de "despinochetização" da oficialidade chilena.
Foi ela quem demitiu o brigadeiro Patrício Ríos, comandante da Aeronáutica, acusado de ocultar informações sobre violações de direitos humanos durante a ditadura.
Bachelet é uma boa comunicadora. Escolhe naturalmente palavras simples para falar de questões complicadas. Sabe misturar um estilo austero com a oratória bem-humorada. Sorri com facilidade. "Para governar, o carisma não é suficiente. Mas o que as pessoas chamam de carisma tem muito a ver com a credibilidade que o político transmite", afirma.
Agnóstica, é contra o aborto e a eutanásia.
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Socialista surge como favorita à Presidência do Chile
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Candidata à Presidência do Chile já foi presa, torturada e exilada
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da Folha de S.Paulo, em Santiago
Pediatra, separada do segundo marido e mãe de três filhos, Michelle Bachelet Jeria, 53, tem um perfil semelhante ao de milhares de chilenos que viveram no exílio. Fala cinco idiomas, foi da extrema esquerda, tornou-se socialista e disse a um jornal chileno que "a economia de mercado é muito cruel, e por isso precisa de um Estado que proteja os setores mais vulneráveis".
A candidata que surge como favorita para as eleições presidenciais deste ano nasceu em Santiago. Sua mãe era arqueóloga, e seu pai, da Aeronáutica. O brigadeiro Alberto Bachelet foi preso e torturado após o golpe de 1973 e morreu na prisão de ataque cardíaco.
Ela cursava o quarto ano de medicina na Universidade do Chile quando foi presa e torturada em companhia da mãe. Libertada, obteve asilo na Austrália e em seguida na Alemanha Oriental. Regressou ao Chile em 1979. Concluiu seus estudos e voltou a atuar no Partido Socialista, ao qual pertencera desde os 20 anos.
De 2000 a 2002 foi ministra da Saúde e, depois, ficou dois anos na Defesa. Conduziu com discreta habilidade o final do processo de "despinochetização" da oficialidade chilena.
Foi ela quem demitiu o brigadeiro Patrício Ríos, comandante da Aeronáutica, acusado de ocultar informações sobre violações de direitos humanos durante a ditadura.
Bachelet é uma boa comunicadora. Escolhe naturalmente palavras simples para falar de questões complicadas. Sabe misturar um estilo austero com a oratória bem-humorada. Sorri com facilidade. "Para governar, o carisma não é suficiente. Mas o que as pessoas chamam de carisma tem muito a ver com a credibilidade que o político transmite", afirma.
Agnóstica, é contra o aborto e a eutanásia.
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