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15/06/2005
-
15h15
da Folha Online
Uma necropsia feita no corpo de Terri Schiavo, que morreu em 31 de março passado, mostrou que ela havia sofrido danos cerebrais "irreversíveis", e que também estava cega, segundo resultado divulgado nesta quarta-feira.
O cérebro de Schiavo, que morreu aos 41 anos após longa batalha judicial --que pôs fim a 15 anos de hospitalização em estado vegetativo persistente--, tinha metade do tamanho normalmente encontrado em seres humanos, segundo médicos do Condado de Pinellas (Flórida).
Durante o tempo em que esteve em estado vegetativo persistente, era mantida viva artificialmente, e recebia alimentação por meio de um tubo inserido em seu estômago.
De acordo com médicos que a atenderam logo no início de sua doença, o cérebro de Terri sofreu graves danos porque seu coração parou de bater por alguns minutos --provavelmente devido a uma parada cardíaca causada por deficiência de potássio, provocada por uma dieta radical.
Mas segundo o médico Jon Thogmartin, que examinou Terri, permanece um mistério o que causou seu colapso há 15 anos. A necropsia e a investigação após sua morte não encontraram provas de que ela sofria de algum tipo de desordem alimentar.
Desidratação
De acordo com o relatório do especialista, Terri morreu de desidratação, e não havia sinais de ataque cardíaco, nem a presença de drogas que pudessem acelerar sua morte.
Thogmartin também disse que, após a remoção do tubo de alimentação, ela não conseguiria ingerir alimentos ou água pela via oral. Durante seu processo de morte, que durou duas semanas, seus pais --que lutaram para mantê-la viva-- afirmaram que ela podia engolir.
O médico também afirmou que ela estava cega "porque as áreas no cérebro que regulam a visão estavam mortas".
Reação
As conclusões dos médicos fazem contraponto à opinião dos pais de Terri, que mostraram vários vídeos em que a filha parecia responder a estímulos visuais e sonoros. Eles disseram várias vezes que a condição da paciente poderia melhorar caso ela recebesse o tratamento terapêutico adequado.
Mas os médicos alegavam as reações de Terri eram automáticas e que não havia evidências de pensamento ou consciência. "Seu cérebro pesava 615 gramas. Esse dano é irreversível", afirmou Thogmartin.
O médico disse ainda que o relatório de necropsia foi baseado em 274 imagens internas e externas do corpo de Terri, e em uma exaustiva revisão de todos os relatórios médicos, policiais e dos serviços sociais americanos.
Disputa
Terri foi motivo de uma das mais polêmicas disputas judiciais nos Estados Unidos, envolvendo seus pais --Bob e Mary Schindler-- e Michael Schiavo, marido da paciente. A luta envolveu até mesmo o Congresso dos Estados Unidos, e o presidente George W. Bush também intercedeu no caso.
Michael alegava que a mulher havia dito repetidas vezes --antes de entrar em estado vegetativo-- que não gostaria que sua vida fosse mantida artificialmente. Mas os pais afirmavam que Terri vivia em um estado menos grave de dano cerebral, denominado "estado de consciência mínima", e defenderam sua sobrevivência até o último minuto em que Terri esteve viva.
Durante a batalha legal, familiares de Terri acusaram Michael Schiavo de agressões contra a mulher antes de seu colapso, em 1990, e de tentativas de envenenamento e maus-tratos contra Terri.
No entanto, Thogmartin negou que a necrópsia tenha apontado indícios de maus-tratos. "Não foram notados traumatismos nos inúmeros exames físicos e radiografia que foram feitos", disse. Segundo o médico, também "não foram encontradas provas de estrangulamento".
Lesões ósseas detectadas em um exame feito em 1991 são "típicas de pacientes com paralisia prolongada", acrescentou.
Com agências internacionais
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Morte de Terri Schiavo gerou batalha judicial familiar
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Terri Schiavo tinha graves danos cerebrais e estava cega
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Uma necropsia feita no corpo de Terri Schiavo, que morreu em 31 de março passado, mostrou que ela havia sofrido danos cerebrais "irreversíveis", e que também estava cega, segundo resultado divulgado nesta quarta-feira.
O cérebro de Schiavo, que morreu aos 41 anos após longa batalha judicial --que pôs fim a 15 anos de hospitalização em estado vegetativo persistente--, tinha metade do tamanho normalmente encontrado em seres humanos, segundo médicos do Condado de Pinellas (Flórida).
Durante o tempo em que esteve em estado vegetativo persistente, era mantida viva artificialmente, e recebia alimentação por meio de um tubo inserido em seu estômago.
Reuters |
Necrópsia aponta que danos cerebrais eram irreversíveis |
Mas segundo o médico Jon Thogmartin, que examinou Terri, permanece um mistério o que causou seu colapso há 15 anos. A necropsia e a investigação após sua morte não encontraram provas de que ela sofria de algum tipo de desordem alimentar.
Desidratação
De acordo com o relatório do especialista, Terri morreu de desidratação, e não havia sinais de ataque cardíaco, nem a presença de drogas que pudessem acelerar sua morte.
Thogmartin também disse que, após a remoção do tubo de alimentação, ela não conseguiria ingerir alimentos ou água pela via oral. Durante seu processo de morte, que durou duas semanas, seus pais --que lutaram para mantê-la viva-- afirmaram que ela podia engolir.
O médico também afirmou que ela estava cega "porque as áreas no cérebro que regulam a visão estavam mortas".
Reação
As conclusões dos médicos fazem contraponto à opinião dos pais de Terri, que mostraram vários vídeos em que a filha parecia responder a estímulos visuais e sonoros. Eles disseram várias vezes que a condição da paciente poderia melhorar caso ela recebesse o tratamento terapêutico adequado.
Mas os médicos alegavam as reações de Terri eram automáticas e que não havia evidências de pensamento ou consciência. "Seu cérebro pesava 615 gramas. Esse dano é irreversível", afirmou Thogmartin.
O médico disse ainda que o relatório de necropsia foi baseado em 274 imagens internas e externas do corpo de Terri, e em uma exaustiva revisão de todos os relatórios médicos, policiais e dos serviços sociais americanos.
Disputa
Terri foi motivo de uma das mais polêmicas disputas judiciais nos Estados Unidos, envolvendo seus pais --Bob e Mary Schindler-- e Michael Schiavo, marido da paciente. A luta envolveu até mesmo o Congresso dos Estados Unidos, e o presidente George W. Bush também intercedeu no caso.
Michael alegava que a mulher havia dito repetidas vezes --antes de entrar em estado vegetativo-- que não gostaria que sua vida fosse mantida artificialmente. Mas os pais afirmavam que Terri vivia em um estado menos grave de dano cerebral, denominado "estado de consciência mínima", e defenderam sua sobrevivência até o último minuto em que Terri esteve viva.
Durante a batalha legal, familiares de Terri acusaram Michael Schiavo de agressões contra a mulher antes de seu colapso, em 1990, e de tentativas de envenenamento e maus-tratos contra Terri.
No entanto, Thogmartin negou que a necrópsia tenha apontado indícios de maus-tratos. "Não foram notados traumatismos nos inúmeros exames físicos e radiografia que foram feitos", disse. Segundo o médico, também "não foram encontradas provas de estrangulamento".
Lesões ósseas detectadas em um exame feito em 1991 são "típicas de pacientes com paralisia prolongada", acrescentou.
Com agências internacionais
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