Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/09/2005 - 22h37

Equipes resgatam todas as vítimas que aguardavam ajuda em estádio

Publicidade

da Folha Online

Equipes de resgate conseguiram retirar neste sábado as milhares de vítimas que estavam à espera de ajuda no estádio Superdome, em Nova Orleans, uma das cidades mais devastadas pela passagem do furacão Katrina no sul dos Estados Unidos.

Cerca de 20 mil sobreviventes esperavam para ser resgatados há quase uma semana no Superdome. Os últimos 300 desabrigados foram retirados e colocados em ônibus para ser transportados para outros locais neste sábado.

No entanto, outras 5.000 a 7.000 pessoas ainda esperam para ser resgatadas do Centro de Convenções da cidade --que chegou a aglomerar 25 mil sobreviventes.

Dezenas de milhares de pessoas já foram retiradas da cidade. O governador do Texas, Rick Perry, afirmou que cerca de 120 mil desabrigados pelo furacão estão em 97 abrigos em todo o Estado, enquanto outros 100 mil estão em hotéis e motéis. Outros sobreviventes estão nos Estados do Tennessee, Indiana e Arkansas.

Equipes de resgate em serviço no estádio Astrodome, em Houston, afirmaram que 10 mil novos desabrigados devem chegar ao local diariamente nos próximos três dias.

Milhares de pessoas permanecem no Aeroporto Internacional Louis Armstrong, em Nova Orleans, onde autoridades transformaram um dos terminais em um centro de triagem.

De acordo com autoridades, cerca de 3.000 a 5.000 pessoas foram atendidas na unidade. Outras aguardavam no aeroporto para serem removidas da cidade. Segundo o diretor do aeroporto, Roy Williams, cerca de 30 pessoas morreram no local.

Mortos

O número exato de mortos devido à passagem do Katrina ainda é desconhecido. No entanto, corpos são vistos por toda parte, boiando em ruas alagadas da cidade ou abandonados no asfalto. A governadora da Lousiana, Kathleen Blanco, afirmou que deve haver milhares de mortos.

A grande maioria dos que ficaram ilhados na cidade após a passagem do Katrina eram pobres e negros, e não tinham recursos para deixar a cidade. No Quarteirão Francês, muitos moradores se recusaram ou não sabiam como deixar a região.

Em meio ao caos, Ron Seitzer, 61, lavava suas roupas sujas nas águas ainda mais sujas do rio Mississippi e dizia não saber quanto tempo resistirá sem água, sem energia e cercado de saqueadores.

"Eu nunca, nem no pior dos pesadelos, imaginei uma situação com essa. As pessoas deixam de ser elas mesmas."

Prejuízos

Quanto às perdas econômicas, a Gestão de Risco, companhia especializada em calcular o impacto das catástrofes naturais, estimou neste sábado em US$ 100 bilhões os danos causados pelo Katrina.

Essas cifras o transformariam no furacão mais devastador da história e no fenômeno natural mais prejudicial para a economia dos Estados Unidos.

Apesar das perdas significativas, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, disse que os severos danos causados pelo furacão não terão um efeito de longo prazo na economia americana.

Especialistas do setor, como a empresa AIR Worldwide Corp., baseada em Boston, estimam que as empresas de seguro poderão ter de pagar até US$ 26 bilhões (R$ 62 bilhões) em indenizações.

Tropas

Neste sábado, o presidente dos EUA, George W. Bush, ordenou o envio de 5.200 membros de tropas regulares do Exército e outros 2.000 marines para a região.

O Pentágono afirmou que a atuação dos 7.200 soldados será limitado. "Eles não irão assumir um papel de fazer com que as leis sejam cumpridas, nem estão sendo direcionados para isso", afirmou o general Joseph Inge, vice-comandante do Comando Norte do Exército americano.

De acordo com Inge, os soldados e marines devem se concentrar em prover ajuda humanitária para as vítimas do Katrina. 'O principal objetivo será garantir ajuda aos que estão sofrendo, já que a imposição da lei pode ser feita pela Guarda Nacional', afirmou Inge.

Segundo o general Steven Blum, chefe do Departamento de Guarda Nacional do Pentágono, anunciou que outros 10 mil membros da Guarda Nacional devem ser enviados à região dentro de três ou quatro dias --elevando o número para 40 mil.

Danos

Segundo engenheiros, as equipes de resgate podem precisar de até 80 dias para acabar com as enchentes que cobriram a cidade de Nova Orleans. As equipes de trabalho conseguiram, na sexta-feira, controlar um dos rompimentos no sistema de diques da cidade e tentavam fechar um outro grande buraco no sábado.

A cidade, em forma de tigela e em sua maior parte localizada abaixo do nível do mar, está cercada por diques projetados para impedir enchentes, bem como para segurar as águas do rio Mississipi e do lago Pontchartrain.

Os diques estão divididos em 13 anéis e o Katrina conseguiu abrir grandes buracos em dois deles, permitindo que a água do lago invadisse Nova Orleans, inundando 80% da cidade.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Novos furacões podem atingir Nova Orleans, dizem especialistas
  • Vítimas do Katrina dizem que não pretendem voltar para Nova Orleans

    Especial
  • Leia cobertura completa sobre o furacão Katrina
  • Envie mensagens a brasileiros que vivem nos EUA
  • Leia o que já foi publicado sobre o furacão Katrina
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página