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15/10/2005 - 13h03

Feridos chegam em massa a hospitais montados no Paquistão

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da Efe, em Arya (Paquistão)

Uma semana depois do terremoto que devastou o norte do Paquistão, os feridos das regiões mais remotas recorrem em massa aos hospitais instalados pela cooperação internacional.

As ladeiras do Vale de Arya, na região da Caxemira disputada pela Índia e o Paquistão, estão cheias de homens, mulheres e crianças que atravessam os montes a pé em direção à estrada para tomar um transporte que os leve até o acampamento montado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional (Aeci).

Enquanto isso, nas áreas mais afastadas, os habitantes ainda removem os escombros sem ajuda, tiram seus mortos e os enterram a poucos metros, sem que haja um registro das vítimas.

Oficialmente, o governo paquistanês admitiu neste sábado que o terremoto deixou mais de 38 mil mortos em todo o país, mas acredita-se que esse número possa ser ainda maior.

"Possivelmente nunca saberemos o número exato. Os mortos são tirados dos escombros e enterrados da forma como são encontrados, sem que ninguém registre nada", disse um dos bombeiros espanhóis que trabalhou na cidade de Muzaffarabad, a mais afetada pelo tremor de terra.

Os bombeiros enviados pela cooperação espanhola chegaram ontem à noite ao acampamento montado em Arya, onde se juntaram à missão médica do Aeci.

Hoje de manhã, depois de uma intensa tempestade na região, as equipes médicos não davam vazão para atender ao grande número de feridos que chegavam com contusões, fraturas e infecções causadas pela demora no recebimento de ajuda.

Muitos eram crianças de pouca idade, que chegavam desnutridas nos braços de suas mães ou parentes, já que diversas ficaram órfãs. Para os casos mais graves, a Aeci começou hoje a oferecer um serviço de pediatria através de videoconferência.

A oferta de ajuda e abrigo a mais de um milhão de pessoas que ficaram sem casa já quase se tornou a preocupação explícita das equipes de socorro, que praticamente deram por concluída a busca por sobreviventes.

Ainda assim, acontecem milagres como o de duas crianças, de 18 meses e 11 anos, achadas vivas ontem após ficarem seis dias sem água e sem comida.

O bebê foi achado por uma equipe paquistanesa, inconsciente sob as ruínas de sua casa no povoado de Balimang, no distrito de Mansehra, cerca de 150 quilômetros ao norte de Islamabad. O pai da criança a recebeu emocionado, após ter perdido sua mulher e outro filho na tragédia.

O mesmo grupo paquistanês resgatou ontem uma criança de 11 anos, achada num barranco perto da região de Chattar, com uma perna fraturada e vários ferimentos.

O maior problema agora é a impossibilidade de evacuar os feridos com garantias, já que os hospitais da região estão destruídos e não há helicópteros suficientes para levá-los a Islamabad.

Por terra, o estado das estradas piorou por causa das chuvas e são necessárias mais de sete horas para percorrer 120 quilômetros de distância.

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