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29/10/2005 - 14h38

Explosões na Índia matam 42; premiê diz que ato foi "terrorista"

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da Folha Online

Após o descarrilamento de um trem que matou ao menos 77 pessoas no sudeste da Índia, autoridades indianas tiveram que lidar, neste sábado, com uma outra tragédia: a morte de 42 pessoas em três explosões registradas na capital do país, Nova Déli, e classificadas pelo primeiro-ministro indiano, Mahmohan Singh, de um "cínico ataque terrorista".

Até o momento, nenhum grupo reivindicou a ação em Nova Déli, que ocorreu horas depois do descarrilamento de um trem de passageiros no distrito de Veligonda, Estado de Andhra Pradesh (sudeste da Índia). O acidente aconteceu quando o trem passou por uma área em que os trilhos estavam submersos devido a um alagamento. Autoridades dizem que as águas podem ter levado parte dos trilhos, o que teria feito o veículo descarrilar. Não há qualquer indício de que o descarrilamento tenha sido provocado por uma ação terrorista.

Sebastian John/AP
Bombeiros tentam apagar incêndio do mercado de Saroniji Nangar, após explosão
Mais de 60 pessoas ficaram feridas nas três explosões ocorridas em Nova Déli, que aconteceram em intervalos de minutos. A primeira foi registrada perto da estação de trem, local bastante movimentado, devido à circulação de passageiros, e próxima a um cinema. De acordo com a rede de TV Nova Déli, ao menos 60 pessoas ficaram feridas.

A segunda explosão aconteceu perto do mercado de Sarojini Nagar, uma área bastante popular da cidade. "O impacto foi tão forte que minha casa tremeu", afirmou Kiran Mohan, morador da região, à agência de notícias Associated Press. Depois, uma terceira explosão foi registrada em Govindpuri, região industrial, localizada na parte sul da cidade Segundo Vir Singh, porta-voz do Departamento de Bombeiros, um ônibus foi atingido.

A polícia declarou estado de emergência em Nova Déli e todos os mercados da cidade foram fechados. "Eu apelo a vocês para que saiam das lojas e voltem para suas casas", informou o Ministro indiano do Interior, Shivraj Patil.

As explosões acontecem dias antes do início de dois grandes festivais religiosos na Índia: um hindu e outro, muçulmano. O primeiro --Diwali, ou festa das luzes-- deverá ser celebrada na próxima terça-feira e o segundo, Eid Ul Fitr, marca o fim do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer, que acontece no nono mês do calendário islâmico] no final da próxima semana.

Extremistas

O governo indiano enfrenta atualmente a oposição de dezenas de grupos extremistas --desde de pequenas organizações, até os extremistas islâmicos da região da Caxemira indiana, que lutam para que essa região seja anexada à parte paquistanesa da Caxemira, de predominância muçulmana.

O episódio em Nova Déli também marca o início do diálogo entre o governo indiano e paquistanês, por conta do terremoto ocorrido na região da Caxemira, que pode ter deixado ao menos 80 mil mortos, e que afetou ambos os países.

O controle pela Caxemira --região montanhosa em disputa pelo Paquistão e a Índia-- já provocou guerras entre os dois países e há quase seis décadas separatistas entram em confronto com agentes de segurança indianos em plena cordilheira do Himalaia pelo controle da área, que é considerada uma passagem estratégica à parte sul do continente asiático.

Nas lutas entre os grupos que envolvem os dois Exércitos e extremistas islâmicos pró-Paquistão, mais de 60 mil pessoas já morreram desde 1989. Segundo o governo indiano, esses grupos recebem o apoio financeiro do governo paquistanês, que diz apenas ampará-los politicamente.

Com agências internacionais

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