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08/11/2005 - 11h17

Periferia francesa sofre com desemprego e marginalização

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da France Presse, em Paris

O desemprego em massa e a discriminação contribuem para gerar desespero na periferia da França, apesar das iniciativas recentes para promover o emprego nessa região, segundo especialistas e associações.

"O desemprego entre os jovens alcança quase 40% em alguns bairros", disse nesta segunda-feira o primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, que pediu "uma mobilização excepcional das delegações locais de emprego".

Segundo o Observatório Nacional de Zonas Urbanas Sensíveis (ZUS), o índice médio de desemprego em 2004 foi de 20,7% nos subúrbios, ou seja, o dobro do índice nacional. Entre os jovens de 15 a 25 anos, ele afeta 36% da população masculina e 40% da feminina.

Mesmo nos períodos mais flutuantes para o setor trabalhista, como o ano de 2005, o índice de desemprego entre os mais desamparados continuou aumentando. A falta de empresas localizadas nessas áreas, a preparação insuficiente dos candidatos a um emprego e a discriminação envolvendo os jovens descendentes de imigrantes quando eles optam por um emprego explicam o marasmo, e em parte a explosão de violência que atinge a França há 12 dias.

"Até os que têm nível universitário acabam em empregos muito abaixo de sua qualificação", diz Samuel Thomas, vice-presidente da entidade SOS-Racismo.

A Alta Autoridade contra a Discriminação e pela Igualdade (Halde), em funcionamento desde o segundo trimestre de 2005, recebeu em julho 400 denúncias, a metade delas relacionadas a emprego, segundo seu presidente, Louis Schweitzer.

Embora a fonte da discriminação seja a origem, isso não significa que a política de integração tenha fracassado, porque "foram colocados em prática vários instrumentos, que funcionam a médio e longo prazo", diz Guillaume Merzi, do Alto Conselho para a Integração.

O certo é que as medidas para promover o emprego existem em abundância: ajuda estatal a contratos para desempregados, Pactos Junior destinados a jovens sem qualificação e tutorias para a inserção social. Além disso, as zonas francas industriais instaladas nesses bairros e que reservam pelo menos um terço de suas vagas para moradores locais pagam menos impostos, lembra o Ministério do Trabalho e Coesão Social.

Outras vozes críticas pedem a criação do currículo anônimo, para pelo menos "permitir que cada um possa defender sua candidatura em uma entrevista, fazendo com que o contratante perceba o absurdo de seu preconceito", diz o SOS-Racismo, entidade defensora de que as agências de emprego informem o governo sobre os patrões que desejam apenas os franceses de "raça pura", conhecidos como BBR (sigla em francês para azul, branco e vermelho: cores da bandeira da França).

Algumas empresas se comprometeram com a luta contra esse tipo de discriminação. A presidente do Patronato Francês (Medef) propôs aos sindicatos uma negociação sobre "diversidade" em 2006, para combater a segregação.

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