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08/11/2005 - 20h14

Apesar de medidas de emergência, violência prossegue na França

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da Folha Online

O governo francês anunciou nesta terça-feira medidas de emergência raramente utilizadas no país para conter a violência que já atinge 300 locais em toda a França--como a permissão para a imposição de toque de recolher.

No entanto, a violência prosseguiu após o anúncio das medidas. Jovens atiraram coquetéis molotov contra a polícia e incendiaram carros na região da cidade de Toulouse (sul), além de atos isolados de violência em outras partes da França.

A cidade de Amiens (norte) foi a primeira a anunciar a adoção do toque de recolher das 22h às 6h. A ordem, que entra em vigor à meia-noite desta terça-feira, vale para adolescentes de até 16 anos que não estejam acompanhados. Várias outras cidades também adotaram a medida.

Além da imposição do toque de recolher, Amiens também decidiu proibir a venda de combustíveis a adolescentes.

Um porta-voz da polícia afirmou que 76 veículos foram queimados e 57 pessoas foram detidas em toda a França na noite desta terça-feira, mas não houve registro de incidentes de maior gravidade.

Mais de 5.000 veículos foram incendiados e cerca de 1.500 pessoas foram detidas desde o início dos confrontos, em 27 de outubro.

"Verdade"

O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou nesta terça-feira que o país enfrenta o "momento da verdade". "A República enfrenta o momento da verdade. A França está ferida. Ela não se reconhece nas ruas das áreas devastadas, em locais dominados pelo ódio e pela violência, que destróem e matam", afirmou o premiê em discurso ao Parlamento.

"Um retorno à ordem é prioridade absoluta. O governo já demonstrou isso. Nós tomaremos todas as medidas necessárias para garantir a proteção de nossos cidadãos e para restaurar a calma", acrescentou Villepin.

O premiê afirmou ainda que mais 1.500 policiais serão destacados, em reforço aos 8.000 que já atuam nas áreas atingidas. Villepin prometeu acelerar a renovação de programa urbanos e ajudar na diminuição da taxa de desemprego e na criação de oportunidades para a população do subúrbio.

Vítimas

Ontem, foi registrada a primeira morte em decorrência das violentas manifestações: um homem identificado pelo jornal "Le Parisien" como Jacques Le Chenadec, 60. Ele morreu nesta segunda-feira em um hospital Jean-Verdier de Bondy. Segundo o diário, ele foi espancado por manifestantes na sexta-feira (4) e ficou em coma no hospital.

Um bebê de 13 meses teve que ser hospitalizado porque recebeu uma pedrada na cabeça. Ele estava no ônibus que foi atacado pelos manifestantes na quinta-feira (4). Uma outra mulher sofreu graves queimaduras depois que o ônibus em que viajava foi incendiado

Os confrontos começaram em 27 de outubro passado, quando dois adolescentes moradores da região de Clichy-sous-Bois (nordeste de Paris) morreram eletrocutados ao se esconderem dentro de um transformador de energia, após serem supostamente perseguidos por policiais. Essa versão é negada pelas autoridades francesas.

Desde então, moradores dos distritos do subúrbio de Paris e de outras regiões próximas à cidade têm realizado uma série de violentas manifestações, marcadas pela queima de centenas de veículos e confrontos com a polícia.

Com agências internacionais

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