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17/11/2005 - 16h39

EUA querem abrir inquérito para investigar abusos no Iraque

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da Folha Online

Os Estados Unidos querem realizar uma investigação em conjunto com uma comissão iraquiana para apurar eventuais abusos cometidos em prisões administradas pelo Iraque em todo o país, informou o jornal americano "The New York Times" nesta quinta-feira.

O anúncio foi feito após os comentários do ministro do Interior iraquiano, Bayan Jabr, que disse que os relatos de tortura e abusos em uma prisão secreta descoberta pelos EUA no centro de Bagdá eram "exagerados."

"Houve muito exagero a respeito desse assunto", disse Jabr. "Eu não permitiria que nenhum funcionário batesse ou torturasse presos."

Segundo Jabr, os 169 presos encontrados pelo Exército dos EUA em uma operação na noite do último domingo (13) foram torturados. No entanto, segundo ele, o Ministério do Interior respeita os direitos humanos e os funcionários responsáveis pelos abusos serão punidos.

Jabr afirmou ainda que, na prisão, eram mantidos iraquianos e estrangeiros suspeitos de ajudar a insurgência.

Investigação

Segundo o "Times", um porta-voz da Embaixada americana, Jim Bullock, disse à imprensa nesta quinta-feira que o escritório do primeiro-ministro iraquiano concordou em realizar uma ampla investigação a nível nacional. Bullock disse ainda que o Departamento de Justiça dos EUA e o FBI [polícia federal americana] devem ajudar nos trabalhos.

AP
Detidos encontrados com sinais de abusos foram levados a hospitais
A Embaixada também divulgou um comunicado condenando fortemente a tortura. "Abusos contra presos não são tolerados nem pelo governo iraquiano nem pelas forças de coalizão no Iraque", informou o anúncio.

A descoberta da prisão por soldados americanos causou a ira dos sunitas e agravou a divisão sectária no país, a apenas um mês das eleições marcadas para 15 de dezembro.

O Partido Islâmico Iraquiano --proeminente grupo sunita-- divulgou um comunicado nesta quarta-feira pedindo que a ONU (Organização das Nações Unidas) e as organizações de direitos humanos "condenem as violações contra os direitos humanos perpetradas pelo governo iraquiano" e exigindo "uma investigação internacional para punir os envolvidos no crime."

Instrumentos

A descoberta americana forçou o premiê iraquiano, Ibrahim al Jaafari, que é xiita-- a anunciar nesta terça-feira que o governo iria investigar as acusações de tortura no centro de detenção, onde 169 presos foram encontrados desnutridos e com marcas de espancamento.

Nesta terça-feira, o Ministério do Interior iraquiano anunciou que "instrumentos de tortura" foram encontrados no local. O bunker era vigiado por 29 funcionários do governo iraquiano e por uma unidade de inteligência, segundo o premiê.

De acordo com o "Times", que cita funcionários do governo do Iraque, os agentes de segurança que trabalhavam no local eram xiitas vinculados à Brigada Badr, braço armado do maior partido político xiita do Iraque, o Conselho Supremo da Revolução Islâmica.

Com "The New York Times"

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