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28/11/2005
-
07h31
da Folha Online
Após 40 dias de interrupção, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003) e seus sete colaboradores voltam a ser julgados nesta segunda-feira pela execução de 143 pessoas na vila de Dujail (norte do Iraque) em 1982. Os advogados de defesa já planejam pedir um novo adiamento.
Segundo divulgou a agência de notícias France Presse neste domingo, um dos membros da equipe de defesa de Saddam, Ziad Najdawi, afirmou que os advogados têm previsto o plano de pedir um novo adiamento do processo judicial.
O julgamento de Saddam começou a ser realizado em 19 de outubro passado, mas foi suspenso pelo juiz que preside o caso, Rizgar Mohammed Amin, depois que dezenas de testemunhas não compareceram à corte por medo.
O antigo presidente iraquiano e seus advogados de defesa vão enfrentar acusações de crimes contra a humanidade, incluindo o assassinato de 143 iraquianos de origem xiita, ocorrido há mais de duas década em Dujail. Segundo os promotores, Saddam teria ordenado as execuções depois de uma suposta tentativa de assassinato contra ele ocorrida em 1982 nesse local. A pena máxima prevista é o enforcamento.
Um dos grandes desafios do Tribunal Especial Iraquiano será o de garantir a segurança das testemunhas contra o ex-ditador, em um país que sofre com a violência diária. Para se ter uma idéia, dos advogados da equipe de defesa dos réus foram assassinados nesses 40 dias. O temor pela segurança das testemunhas é tão grande que os responsáveis pelo processo se negam a dizer quantas pessoas foram convocadas.
Uma das únicas testemunhas de acusação conhecidas até o momento é Wadah Ismail al Cheij, responsável por uma prisão durante o período de Saddam. Ele morreu em um hospital e prestou seu testemunho antes.
Os advogados de defesa tinham sido convidados a participar do registro do depoimento de Al Cheij, mas se negaram devido a um boicote para protestar contra a falta de segurança, após o assassinato dos dois advogados.
Equipe
O ex-secretário americano de Justiça, Ramsey Clark, viajou para Amã neste fim de semana, a fim de participar do julgamento de Saddam. Figura controversa, ele trabalhou para o governo americano durante a década de 60. Logo depois, tornou-se um ativista contra a Guerra do Vietnã (1965-75), e defendeu, entre outros, Slobodan Milosevic, ex-líder sérvio preso na Holanda.
O ex-ministro da Justiça do Qatar, Najeeb al Nauimi, também quer participar do julgamento.
Havia dúvidas, neste domingo, sobre a participação de ambos advogados. A agência de notícias Associated Press informou nesta segunda-feira que os dois estão na corte, perto dos outros advogados de defesa.
Presidente "legítimo"
No julgamento ocorrido em 19 de outubro, Saddam desafiou o tribunal e se negou a responder às perguntas do juiz Amin, proclamando-se presidente legítimo do Iraque. O ex-ditador, capturado em dezembro de 2003, está detido em uma base americana, perto do aeroporto internacional de Bagdá.
Ao ser questionado por Amin se era culpado ou inocente, Saddam afirmou que "não era culpado", e que a corte não tinha legitimidade para julgá-lo.
Nos últimos dias, os advogados de Saddam declararam sua determinação em defender o ex-ditador, apesar de correrem risco de morte.
"Nunca abandonaremos o presidente", afirmou Issam Ghazzawi, porta-voz da equipe de defesa, que montou sua base em Amã (Jordânia).
Com agências internacionais
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Após 40 dias de interrupção, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003) e seus sete colaboradores voltam a ser julgados nesta segunda-feira pela execução de 143 pessoas na vila de Dujail (norte do Iraque) em 1982. Os advogados de defesa já planejam pedir um novo adiamento.
Segundo divulgou a agência de notícias France Presse neste domingo, um dos membros da equipe de defesa de Saddam, Ziad Najdawi, afirmou que os advogados têm previsto o plano de pedir um novo adiamento do processo judicial.
Ben Curtis/AP |
Saddam (centro) e dois de seus colaboradores, durante julgamento que ocorre nesta segunda |
O antigo presidente iraquiano e seus advogados de defesa vão enfrentar acusações de crimes contra a humanidade, incluindo o assassinato de 143 iraquianos de origem xiita, ocorrido há mais de duas década em Dujail. Segundo os promotores, Saddam teria ordenado as execuções depois de uma suposta tentativa de assassinato contra ele ocorrida em 1982 nesse local. A pena máxima prevista é o enforcamento.
Um dos grandes desafios do Tribunal Especial Iraquiano será o de garantir a segurança das testemunhas contra o ex-ditador, em um país que sofre com a violência diária. Para se ter uma idéia, dos advogados da equipe de defesa dos réus foram assassinados nesses 40 dias. O temor pela segurança das testemunhas é tão grande que os responsáveis pelo processo se negam a dizer quantas pessoas foram convocadas.
Uma das únicas testemunhas de acusação conhecidas até o momento é Wadah Ismail al Cheij, responsável por uma prisão durante o período de Saddam. Ele morreu em um hospital e prestou seu testemunho antes.
Os advogados de defesa tinham sido convidados a participar do registro do depoimento de Al Cheij, mas se negaram devido a um boicote para protestar contra a falta de segurança, após o assassinato dos dois advogados.
Equipe
O ex-secretário americano de Justiça, Ramsey Clark, viajou para Amã neste fim de semana, a fim de participar do julgamento de Saddam. Figura controversa, ele trabalhou para o governo americano durante a década de 60. Logo depois, tornou-se um ativista contra a Guerra do Vietnã (1965-75), e defendeu, entre outros, Slobodan Milosevic, ex-líder sérvio preso na Holanda.
O ex-ministro da Justiça do Qatar, Najeeb al Nauimi, também quer participar do julgamento.
Havia dúvidas, neste domingo, sobre a participação de ambos advogados. A agência de notícias Associated Press informou nesta segunda-feira que os dois estão na corte, perto dos outros advogados de defesa.
Presidente "legítimo"
No julgamento ocorrido em 19 de outubro, Saddam desafiou o tribunal e se negou a responder às perguntas do juiz Amin, proclamando-se presidente legítimo do Iraque. O ex-ditador, capturado em dezembro de 2003, está detido em uma base americana, perto do aeroporto internacional de Bagdá.
Ao ser questionado por Amin se era culpado ou inocente, Saddam afirmou que "não era culpado", e que a corte não tinha legitimidade para julgá-lo.
Nos últimos dias, os advogados de Saddam declararam sua determinação em defender o ex-ditador, apesar de correrem risco de morte.
"Nunca abandonaremos o presidente", afirmou Issam Ghazzawi, porta-voz da equipe de defesa, que montou sua base em Amã (Jordânia).
Com agências internacionais
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