01/12/2005 - 15h50

Rebeldes atacam base dos EUA e visam tomar cidade no Iraque

da Folha Online

Um dia depois do discurso do presidente americano George W. Bush, em que ele prometeu não sair do Iraque até atingir a "vitória", insurgentes atacaram uma base do Exército dos EUA em Ramadi (oeste de Bagdá) com morteiros e granadas. O terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, líder da Al Qaeda no Iraque, prometeu tomar o controle da cidade.

Moradores locais disseram à agência de notícias Reuters que homens armados usando máscaras atacaram a base americana, e atiraram contra escritórios da administração de Ramadi e fecharam várias ruas. Insurgentes também distribuíram panfletos dizendo que a Al Qaeda no Iraque iria tomar o controle de Ramadi e que o país seria "um cemitério para os americanos e seus aliados". Horas depois, os rebeldes se dispersaram.

A ação dos rebeldes ocorreu pouco antes de um encontro entre líderes de clãs iraquianos e soldados americanos, que iria acontecer nesta quinta-feira, no escritório central da administração de Ramadi. O prédio que sediaria a reunião, cancelada, foi atacado. Não há informações sobre feridos.

Ontem, soldados americanos iraquianos iniciaram uma ofensiva na região em torno da cidade, que sofre constantemente com explosões de carros-bomba e ataques rebeldes. Cerca de 500 soldados iraquianos e 2.000 marines participam da ação.

O capitão dos marines (fuzileiros navais) na região, Patrick Kerr, disse que as informações de que Al Zarqawi está tomando conta da região "não têm fundamento", e que houve, em Ramadi, e que houve "pequenos combates, mas nada além do comum".

Ramadi é a capital da Província de Al Anbar, uma área do oeste do Iraque que já sofreu inúmeras ofensivas do Exército americano, que tenta conter a violência na região, predominantemente sunita. Segundo os americanos, depois que os militares acabaram com a insurgência em Fallujah (50 km a oeste de Bagdá), há mais de um ano, os rebeldes fizeram de Ramadi a sua base de operações.

Bagdá

Na capital do Iraque, agressores não-identificados atiraram contra Saad al Obeidi, conselheiro do Ministério iraquiano do Interior, deixando-o ferido.

Um segurança de Al Obeidi foi assassinado, informou a polícia nesta quinta-feira.

Nas duas últimas semanas, mais de 200 iraquianos, a maioria deles civis, foram mortos em ataques rebeldes contra a maioria xiita.

Soldados

Três soldados americanos morreram nesta quarta-feira no Iraque, um deles durante um tiroteio em Fallujah.

"Um marine morreu em conseqüência de tiros de arma de baixo calibre, durante as operações de combate contra o inimigo em Fallujah no dia 30 de novembro", afirma um comunicado militar americano.

Outro marine morreu em um acidente de carro perto de Fallujah.

No norte de Bagdá, um soldado americano não resistiu a ferimentos de bala e morreu, de acordo com um comunicado que não ofereceu mais detalhes.

Mais de 2.100 soldados do Exército americano e civis dos EUA que trabalham para as Forças Armadas no país morreram desde o início da invasão do Iraque, em março de 2003.

Com agências internacionais

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