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12/12/2005 - 14h35

Eleição parlamentar no Iraque conta com 231 partidos

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EMILIA BERTOLLI
da Folha Online

Nas eleições legislativas iraquianas desta quinta-feira, civis terão que preencher 275 cadeiras entre 7.000 candidatos de 231 partidos políticos e coalizões que tentam uma vaga no primeiro Parlamento permanente eleito do país após a queda do ex-ditador Saddam Hussein (1979-2003).

Apesar da profusão de concorrentes, apenas algumas coalizões têm grande peso, e deverão receber a maior parte dos votos.

Aliança Iraquiana Unida

A Aliança Iraquiana Unida foi formada pelo clérigo iraquiano xiita grande aiatolá Ali al Sistani em janeiro deste ano. Nas eleições para o governo de transição, ocorridas em janeiro passado, a coalizão conseguiu garantir mais da metade dos votos, e hoje é o grupo político de maior influência no Iraque.

Apesar disso, alguns grupos que faziam parte da aliança no início deste ano deixaram a coalizão, que atualmente consiste de 18 partidos conservadores xiitas, apesar de ser dominada em grande parte por apenas três deles: o Partido Dawa [do atual primeiro-ministro Ibrahim al Jaafari], o Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque [pró-iraniano e comandado por Abdul Aziz al Hakim] e o Movimento Iraquiano Nacionalista Sadr [dirigido pelo clérigo xiita Moqtada al Sadr].

Al Sistani não está apoiando explicitamente a aliança desta vez, embora tenha pedido aos xiitas que votem em seus candidatos e não ajudem "listas enfraquecidas".

Politicamente, a coalizão promete oferecer mais segurança, soberania e reconstrução ao Iraque, acabando com a insurgência e a corrupção.

Lista da Coalizão do Curdistão

A coalizão curda consiste em oito grupos políticos da região do Curdistão [no norte do Iraque], mas é dominada por apenas dois partidos políticos: a União Patriótica do Curdistão, dirigida pelo atual presidente iraquiano, Jalal Talabani, e o Partido Democrático Curdo, liderado por Masoud Barzani, presidente da região semi-autônoma.

Em janeiro passado, os partidos curdos obtiveram 75 assentos no Parlamento iraquiano, e se tornaram o segundo bloco político mais poderoso. Líderes da aliança curda são aliados dos políticos xiitas.

A prioridade da coalizão curda é encontrar uma solução para a cidade de Kirkuk, que concentra vários grupos iraquianos --como xiitas e sunitas, além dos curdos-- e é um dos locais com grande reserva de petróleo. Os curdos querem anexar a cidade ao Curdistão, e expandir os limites territoriais da região, englobando regiões próximas consideradas históricas.

Lista Iraquiana Nacional

Essa coalizão integra 15 grupos partidários menores, e é liderada pelo ex-primeiro-ministro iraquiano Iyad Allawi, um xiita secular e ex-membro do Partido Baath, de Saddam. A Lista Iraquiana Nacional congrega legendas bastante diferentes, como o Partido Comunista, o sunita Adnan al Pachachi, que já foi ministro das Relações Exteriores antes de Saddam chegar ao poder, líderes de vários clãs iraquianos e clérigos xiitas liberais.

Nas eleições de janeiro passado, o grupo de Allawi obteve 40 assentos no Parlamento iraquiano e, segundo analistas, seu espaço no Legislativo deve aumentar após o pleito do próximo dia 15.

Os políticos da Lista Iraquiana Nacional prometem acabar com a insurgência, estabelecer um forte governo centralizado no Iraque, e revisar as leis que banem o Partido Baath do país. Além disso, defendem a volta de antigos militares iraquianos da época de Saddam ao Exército.

Frente de Acordo Iraquiana

A Frente de Acordo Iraquiana é uma aliança que envolve três dos principais partidos sunitas, que realizaram um boicote às eleições de janeiro: o Partido Islâmico, o Diálogo Nacional Iraquiano e a Conferência Geral dos Iraquianos.

Os políticos sunitas prometem retirar as forças estrangeiras do país, e pretendem buscar a segurança por meio do diálogo. Também querem trazer antigos militares de volta ao Exército.

Os parlamentares sunitas querem também mudar os artigos da nova Constituição iraquiana que, segundo eles, cria um racha territorial no Iraque, e isola os sunitas na região central e oeste do país, enquanto que curdos ficam com o norte, e xiitas, com o sul, ambos lugares marcados pela grande produção petrolífera.

Lista do Congresso Nacional Iraquiano

A Lista do Congresso Nacional Iraquiano é liderada pelo vice-primeiro-ministro iraquiano, Ahmad Chalabi, o homem que ajudou os Estados Unidos a irem para a guerra mas, apesar de já ter sido considerado um forte aliado americano, perdeu seu apoio nesses dois anos.

A coalizão une dez partidos e políticos independentes, incluindo Sharif Ali, parente do último rei iraquiano. Para formar o seu grupo, Chalabi se separou da Aliança Iraquiana Unida.

O grupo promete devolver ao Iraque "soberania absoluta", e a derrota dos insurgentes com a ajuda da nova inteligência iraquiana.

Chalabi também prometeu que todas as famílias iraquianas vão receber dinheiro provindo da venda do petróleo, e que todos os que não tiverem casa vão ganhar uma propriedade.

Frente Iraquiana pelo Diálogo Nacional

A lista é liderada pelo controverso político sunita Saleh al Mutlak e inclui nacionalistas sunitas que se apõem ao atual governo.

Mutlak, homem de negócios, e pouco ligado à religião, ainda mantém contato com antigos membros do Partido Baath que, segundo os EUA, são os responsáveis por promover a violência.

Ele promete revisar todas as leis contra o antigo partido de Saddam e fazer com que os militares afastados retornem ao Exército.

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