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15/12/2005 - 02h03

Iraquianos escolhem hoje 1º governo permanente pós-Saddam

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EMILIA BERTOLLI
da Folha Online

Mais de 15 milhões de pessoas espalhadas em 18 Províncias do Iraque devem ir às urnas nesta quinta-feira para escolher o primeiro Parlamento permanente do país após a queda do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003). Os próximos 275 deputados eleitos deverão ficar no poder nos próximos quatro anos. As urnas foram abertas às 7h (2h de Brasília).

O pleito começou oficialmente nesta segunda-feira, quando presidiários, doentes e membros das forças de segurança, em um total de quase 300 mil pessoas, foram às urnas. um dia depois, mais de 1 milhão de iraquianos residentes em 15 países tiveram oportunidade de votar.

Segundo a Comissão Eleitoral Iraquiana, 231 partidos e 19 coalizões --representando 7.655 candidatos-- disputarão as 275 vagas do Parlamento.

Das 275 cadeiras, 230 são distribuídas entre as 18 Províncias. As outras 45 são chamadas "vagas nacionais" e estão reservadas aos partidos que não conseguirem representação a nível provincial, mas cujo resultado nacional for suficientemente elevado.

O novo Parlamento, eleito por quatro anos, deverá eleger um conselho presidencial (presidente e dois vice-presidentes) e um primeiro-ministro.

Quase três anos depois da invasão do Iraque por parte da coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos, que resultou na queda de Saddam Hussein em abril de 2003, esta eleição marca uma nova etapa na instauração de instituições permanentes. No dia 15 de outubro passado, a nova Constituição foi aprovada em um referendo.

Falta de segurança

Porém, essa lenta marcha rumo à soberania acontece em um contexto de insegurança permanente. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta segunda-feira que desde a invasão do Iraque, em março de 2003, 30 mil iraquianos morreram, mas analistas independentes calculam que esse número supera os 100 mil mortos.

Além disso, mais de 2.140 soldados americanos morreram no país árabe, desde o início da guerra.

Várias autoridades pediram o respeito de uma trégua de vários dias por ocasião da votação, sobretudo em regiões dominadas pela população sunita, como a Província de Al Anbar, no oeste do país.

O boicote sunita às eleições para o Parlamento provisório de janeiro passado provocou a marginalização desta comunidade que, apesar de ser minoria entre a população [representa 20%] dominou a política iraquiana durante o regime de Saddam.

Vigilância

No entanto, a rede terrorista Al Qaeda no Iraque --comandada pelo terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi-- afirmou que as eleições legislativas são "ilícitas" e que continuará a guerra para instauração de um Estado islâmico, baseado na sharia, lei tradicional islâmica.

Autoridades adotaram medidas de segurança muito severas. O país estará virtualmente paralisado durante o período eleitoral, com cinco dias sem trabalho, a proibição do porte de armas, um toque de recolher noturno em todo o país e o fechamento das fronteiras terrestres e dos aeroportos.

Medidas similares foram adotadas durante o referendo sobre a Constituição de 15 de outubro passado, marcada pela relativa calma e os poucos atos de violência.

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