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18/12/2005 - 15h43

Morales afirma que nacionalizará gás e acabará com cocaína na Bolívia

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da Folha Online

O líder cocaleiro e favorito na eleição presidencial da Bolívia que acontece neste domingo, Evo Morales, afirmou que, se vencer, irá nacionalizar toda a riqueza natural do país "e não apenas o gás natural" e que erradicará não as plantações de coca, mas sim a cocaína e o tráfico de drogas.

"A coca deu origem esse movimento dos povos, a esse instrumento político. A defesa dessa folha levantou o povo organizado", disse. "Haverá cocaína zero, narcotráfico zero, mas não coca zero."

Depois de votar em uma escola em Chapare, em Cochabamba (centro da Bolívia), Morales disse ainda que "a riqueza natural no governo do MAS irá voltar às mãos do Estado". Hoje as reservas de gás natural da Bolívia, estimadas em 108 bilhões de metros cúbicos, são exploradas por empresas estrangeiras. As reservas do país só são superadas na América do Sul pelas da Venezuela.

Não está claro ainda qual será a extensão do embargo que Morales poderá impor às empresas multinacionais, uma vez que vem ressaltando em seus discursos a necessidade de trabalhar com as empresas.

EUA

Morales pediu ao governo do EUA que respeite a "decisão soberana do povo" boliviano nas eleições gerais de hoje. Ele se dispôs a manter relações de respeito mútuo com o governo americano "mas sem relações de subordinação ou de submissão".

O líder cocaleiro pediu ainda a extradição do ex-presidente Gonzalo Sanchez de Lozada e do ex-ministro de Defesa, Carlos Sánchez Berzaín, "porque cometeram crimes de genocídio contra a humanidade". Em 2003, Lozada renunciou à presidência devido a uma onda de protestos violentos que provocou a morte de mais de 60 pessoas.

Cuba

Morales ainda manifestou proximidade ao governo do presidente de Cuba, Fidel Castro. "Muito respeito a Fidel [Castro] e seu povo cubano."

"Vamos compartilhar [as visões] de todos os [governos] antineoliberais e anti-imperialistas. É importante ter aliados na América Latina", acrescentou, referindo-se à sua proximidade com líderes da região, como os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, venezuelano, Hugo Chávez, e argentino, Néstor Kirchner.

Constituição

Morales afirmou que respeitará a Constituição do país caso sua candidatura não obtenha a maioria necessária para vencer o pleito --não há segundo turno na Bolívia; por isso, se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, a decisão ficará por conta do Congresso, que também está sendo eleito hoje.

As últimas pesquisas eleitorais, realizadas na última semana (a última também da campanha eleitoral), mostravam que Morales poderia ficar à frente dos outros candidatos com 36% dos votos.

"Deve-se cumprir a lei", afirmou. "Não estou nervoso, este é um dia como outro qualquer, estou alegre."

Tranqüilidade

A cidade de La Paz (capital administrativa e sede do governo boliviano) difere hoje do que se costuma ver em dias de semana: silêncio, devido á proibição de circularem automóveis hoje. Com as ruas vazias, viam-se crianças brincando e andando de bicicleta.

Apenas os veículos com o adesivo de "circulação autorizada" no pára-brisa que transportam delegados de partidos e observadores internacionais, têm permissão para circular hoje.

Na praça San Francisco, onde fica a catedral de La Paz, recebia fiéis, enquanto o colégio San Francisco, próximo à catedral, funcionava um centro de votação, onde o dia transcorria tranqüilo.

Incidentes foram registrados na cidade de El Alto (12 km de La Paz) entre partidários dos dois principais candidatos --Morales e o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-2002), do partido de direita Podemos--, mas sem relatos de feridos. Segundo a polícia, 67 carros foram apreendidos por circular sem autorização. Alguns eleitores foram detidos por estarem alcoolizados --hoje vigora a lei seca no país devido à realização das eleições.

Com agências internacionais

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