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23/12/2005 - 14h02

Iraquianos exigem revisão dos resultados parciais do pleito

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da Efe, em Bagdá

Milhares de iraquianos se manifestaram nesta sexta-feira em Bagdá (capital do Iraque) para protestar pelos resultados parciais das eleições parlamentares e exigir à Comissão Eleitoral Independente que revise a apuração.

Os manifestantes, convocados por mais de 30 partidos xiitas laicos, sunitas e liberais sob o lema "Protesto útil", advertiram que caso sua reivindicação não seja escutada, eles prosseguirão com as mobilizações para exigir que o pleito seja repetido.

"Pedimos à Comissão Eleitoral que corrija a apuração. Queremos a verdade", reivindicava um dos grandes cartazes que abriam a manifestação.

Os manifestantes começaram a se reunir pouco depois da oração do meio-dia no bairro de Yarmuk, no oeste da capital, perto do quartel-general do Partido Islâmico Iraquiano, principal formação política sunita do país.

Segurança

Alguns grupos tiveram que burlar o forte cordão de segurança instalado em toda a cidade para evitar atentados e distúrbios. Ainda assim, uma bomba explodiu sem causar vítimas nos limites da manifestação.

"Vim para compartilhar o sentimento dos sunitas com relação aos resultados preparados anunciados pela comissão, que eles chamam de independente", disse Salem Mohammed, 37, desempregado.

Protestos similares ocorreram após a oração comunitária das sextas-feiras em outras cidades do norte do país.

Em Tikrit, berço do ex-presidente Saddam Hussein, milhares de pessoas percorreram as ruas do centro da cidade aos gritos de "Eleições fraudulentas, não à intromissão do Irã".

Uma das palavras de ordem atacava o atual presidente do país, o curdo Jalal Talabani, e o primeiro-ministro, o xiita Ibrahim al Jaafari, que eram chamados de "marionetes nas mãos dos mulás (clérigos) iranianos".

Acusação

Os manifestantes acusaram o regime de Teerã de promover a fraude das eleições com cédulas falsas de pessoas enviadas do Irã para votar.

As manifestações foram convocadas ontem pelo Congresso dos Opositores às Eleições Fraudulentas, um grupo que reúne 35 partidos, criado nesta semana após divulgados os resultados parciais do pleito de 15 de dezembro.

Segundo os números da Comissão Eleitoral, os xiitas religiosos da Aliança Unida Iraquiana, atualmente no governo, venceriam com muita diferença em relação às demais formações.

A aliança teria vencido em dez das Províncias do país, além da capital, onde os sunitas e os xiitas laicos do ex-primeiro-ministro Iyad Allawi tinham grandes esperanças.

Os curdos teriam vencido nas três Províncias do norte, enquanto os sunitas seriam majoritários no oeste, centro da insurgência.

Os resultados --que numeravam em 70% o índice de participação-- refletem 80% da apuração. As porcentagens definitivas não serão divulgadas até meados de janeiro.

Novo governo

O Congresso de opositores ameaça impugnar o pleito e pedir que seja formado um novo Governo de transição, que em seis meses repetiria a votação.

O dia de protestos foi marcado novamente pela violência, que atinge diariamente o país desde que começou a invasão e posterior ocupação. Pelo menos 15 pessoas morreram em ataques insurgentes em Bagdá e no norte da capital.

O mais violento ocorreu num controle de polícia na estrada que une Bagdá à cidade de Kirkuk, centro petrolífero do Iraque, onde um grupo de homens armados matou dez agentes e feriu 20, segundo o Ministério do Interior.

Na mesma região, quatro pessoas morreram e oito ficaram feridas em um atentado suicida contra uma mesquita xiita da cidade de Baladrus, disse um capitão da polícia local.

Em Bagdá, um civil morreu e outros dois ficaram feridos no bairro meridional de Al Dura por causa do fogo cruzado em um combate entre forças americanas e rebeldes.

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