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08/01/2006
-
15h22
da France Presse, em Porto Príncipe
da Folha Online
O primeiro turno das eleições presidenciais e parlamentares no Haiti foi reprogramado para o dia 7 de fevereiro próximo. O segundo turno deve ocorrer em 19 de março, anunciou o governo provisório neste domingo.
A divulgação sobre a nova data das eleições ocorre um dia depois da morte do general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, a Minustah.
Previamente fixadas para 8 de janeiro, as eleições no país foram adiadas pela terceira vez no final de dezembro passado, devido a muitos problemas nos preparativos. Muitos dos 3,5 milhões de eleitores registrados não receberam as cédulas de identidade, elaboradas no México, e as autoridades ainda não designaram os 800 locais de votação nem prepararam as equipes de supervisão.
O Haiti permanece com um governo interino desde 2004, quando uma rebelião iniciada na cidade de Gonaives, que depois atingiu a capital Porto Príncipe, acabou por derrubar o então presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, em meio a uma profunda crise política.
O conflito levou o país a sofrer intervenção da ONU, que enviou forças de paz lideradas pelo Brasil à região. A Minustah foi criada pelo Conselho de Segurança em fevereiro de 2004, após a queda de Aristide.
O Brasil lidera a Minustah, que conta atualmente com 7.500 homens procedentes de 14 países.
O Exército brasileiro tem o maior contingente no país --1.213 efetivos-- seguido pelo Nepal, Jordânia e Sri Lanka, com 750 militares cada um. Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Espanha e Marrocos também contribuem com soldados.
Nos últimos dias, membros da Minustah têm sido objeto de fortes críticas no Haiti, devido a uma crescente insegurança no país, principalmente em Porto Príncipe.
Brasileiro
Neste sábado, o corpo do general brasileiro foi encontrado no quarto de um hotel que ocupava em Porto Príncipe, com um tiro. Segundo a agência de notícias Efe, ele fora atingido por um tiro na cabeça. Agências de notícias internacionais dizem que ele cometeu suicídio.
Um militar da Minustah, que pediu anonimato, disse à agência de notícias France Presse que "o general disparou uma bala na boca". O porta-voz da Minustah, Damian Onses-Cardona, rejeitou dar explicações sobre as circunstâncias da morte do oficial.
O governo brasileiro não confirma nenhuma dessas informações. Segundo a Folha de S.Paulo, a possibilidade de suicídio é tratada com extrema cautela porque, segundo o jargão militar, o general não apresentava nenhum "sintoma" e ontem teria jantado normalmente com a tropa em Porto Príncipe.
Segundo declaração do tenente coronel Fernando da Cunha Matos à agência Brasil, o general morreu em um "acidente com arma de fogo".
Bacellar, 57, era comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, a Minustah, e assumiu o posto em agosto passado, substituindo o general Augusto Heleno Ribeiro.
Investigação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em comunicado divulgado na noite de ontem que o governo brasileiro vai continuar "apoiando o povo haitiano na construção da paz e na normalização política do país".
Lula também pediu uma investigação "imediata e ampla" sobre a circunstâncias da morte do militar. O traslado do corpo ao Brasil será feito pela FAB (Força Aérea Brasileira) ainda neste domingo. O mesmo avião que transportou uma delegação brasileira até o país, para participar das investigações, deve trazer o corpo de volta.
Lula orientou o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a expor ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, as expectativas do governo brasileiro em relação a esta investigação "imediata e ampla".
A nota do Itamaraty diz também que Bacellar era conhecido por seu "preparo e competência", e "vinha conduzindo com excelência e grande responsabilidade a difícil tarefa de comandar" a missão brasileira no Haiti.
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da Folha Online
O primeiro turno das eleições presidenciais e parlamentares no Haiti foi reprogramado para o dia 7 de fevereiro próximo. O segundo turno deve ocorrer em 19 de março, anunciou o governo provisório neste domingo.
A divulgação sobre a nova data das eleições ocorre um dia depois da morte do general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, a Minustah.
Previamente fixadas para 8 de janeiro, as eleições no país foram adiadas pela terceira vez no final de dezembro passado, devido a muitos problemas nos preparativos. Muitos dos 3,5 milhões de eleitores registrados não receberam as cédulas de identidade, elaboradas no México, e as autoridades ainda não designaram os 800 locais de votação nem prepararam as equipes de supervisão.
O Haiti permanece com um governo interino desde 2004, quando uma rebelião iniciada na cidade de Gonaives, que depois atingiu a capital Porto Príncipe, acabou por derrubar o então presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, em meio a uma profunda crise política.
O conflito levou o país a sofrer intervenção da ONU, que enviou forças de paz lideradas pelo Brasil à região. A Minustah foi criada pelo Conselho de Segurança em fevereiro de 2004, após a queda de Aristide.
O Brasil lidera a Minustah, que conta atualmente com 7.500 homens procedentes de 14 países.
O Exército brasileiro tem o maior contingente no país --1.213 efetivos-- seguido pelo Nepal, Jordânia e Sri Lanka, com 750 militares cada um. Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Espanha e Marrocos também contribuem com soldados.
Nos últimos dias, membros da Minustah têm sido objeto de fortes críticas no Haiti, devido a uma crescente insegurança no país, principalmente em Porto Príncipe.
Brasileiro
31.ago.2005/AP |
Circustâncias da morte do general Bacellar serão investigadas |
Um militar da Minustah, que pediu anonimato, disse à agência de notícias France Presse que "o general disparou uma bala na boca". O porta-voz da Minustah, Damian Onses-Cardona, rejeitou dar explicações sobre as circunstâncias da morte do oficial.
O governo brasileiro não confirma nenhuma dessas informações. Segundo a Folha de S.Paulo, a possibilidade de suicídio é tratada com extrema cautela porque, segundo o jargão militar, o general não apresentava nenhum "sintoma" e ontem teria jantado normalmente com a tropa em Porto Príncipe.
Segundo declaração do tenente coronel Fernando da Cunha Matos à agência Brasil, o general morreu em um "acidente com arma de fogo".
Bacellar, 57, era comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, a Minustah, e assumiu o posto em agosto passado, substituindo o general Augusto Heleno Ribeiro.
Investigação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em comunicado divulgado na noite de ontem que o governo brasileiro vai continuar "apoiando o povo haitiano na construção da paz e na normalização política do país".
Lula também pediu uma investigação "imediata e ampla" sobre a circunstâncias da morte do militar. O traslado do corpo ao Brasil será feito pela FAB (Força Aérea Brasileira) ainda neste domingo. O mesmo avião que transportou uma delegação brasileira até o país, para participar das investigações, deve trazer o corpo de volta.
Lula orientou o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a expor ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, as expectativas do governo brasileiro em relação a esta investigação "imediata e ampla".
A nota do Itamaraty diz também que Bacellar era conhecido por seu "preparo e competência", e "vinha conduzindo com excelência e grande responsabilidade a difícil tarefa de comandar" a missão brasileira no Haiti.
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