Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/01/2006 - 22h39

Divisão da esquerda deve levar Cavaco Silva a vitória em Portugal

Publicidade

da Efe, em Lisboa

O ex-primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva, de centro-direita, tenta confirmar as pesquisas e ganhar as eleições presidenciais portuguesas do próximo domingo (22) no primeiro turno, contra cinco candidatos de uma esquerda dividida.

Os adversários de Cavaco tentam fazer com que ele não obtenha maioria absoluta para forçar a realização de um segundo turno três semanas depois.

Essa foi, nos últimos 13 dias, a estratégia do candidato do Partido Socialista, o ex-presidente Mário Soares, que tenta ganhar um terceiro mandato.

O mesmo tem feito o poeta e socialista dissidente Manuel Alegre, o comunista Jerónimo de Sousa, o radical Francisco Louçã e António Garcia Pereira, apoiado pela esquerda maoísta.

Cavaco Silva economizou palavras durante a campanha, para evitar polêmicas e qualquer situação que pudesse comprometer a ampla vantagem que tem nas pesquisas desde o começo do segundo semestre de 2005.

O ex-primeiro-ministro, que chegou a anunciar em 1986 sua saída definitiva da política após perder as eleições presidenciais para o atual chefe de Estado, Jorge Sampaio, reiterou as idéias cruciais de sua campanha para acalmar aqueles que temem que ele seja um elemento desestabilizador, em vez de um motor para tirar Portugal da crise.

Ele nem se mostrou inquieto quando um de seus correligionários, o também ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, admitiu que existia o perigo de que Cavaco causasse problemas em uma difícil coabitação política com o governo do primeiro-ministro, o socialista José Sócrates.

A pesquisa diária elaborada pelo instituto Marktest para vários meios de comunicação mostra há uma semana uma contínua queda das intenções de voto para Cavaco Silva, que perdeu quase dez pontos, mas continua tendo maioria absoluta, com 52%.

O segundo colocado nas pesquisas é Alegre (19,2%). Apesar de não contar com o apoio de seu partido, ele tem uma confortável vantagem sobre Soares (14,1%), que minimiza o crédito das pesquisas e diz que "haverá surpresas" no domingo.

Os dois candidatos socialistas somam um terço das intenções de voto. Se houver um segundo turno, um deles pode ter chances contra Cavaco se receber o apoio de outras legendas e dos indecisos.

Os outros candidatos não têm qualquer possibilidade de disputar a Presidência. As pesquisas dão 7,2% a Jerónimo de Sousa, 6,1% a Francisco Louçã, e apenas 0,6% a António Garcia Pereira.

A hipótese de uma vitória de Alegre não entusiasma o governo socialista, que prevê, nesse caso, uma desconfortável coabitação com um líder histórico do partido que optou por ser candidato "independente".

Mas Alegre conseguiu convencer boa parte do eleitorado socialista de que, "em prol do sistema republicano", sua candidatura era melhor que a de Mário Soares.

Os portugueses reconhecem que o octogenário ex-presidente é um mito da política lusa, mas muitos acham que "sua hora já passou".

A idade, entretanto, não foi empecilho em seus comícios, que tiveram a participação de muitos jovens.

Dos seis candidatos, dois são estreantes em um pleito presidencial (Alegre e Louçã), e os outros já concorreram. Soares, 81, é o mais velho, e Louçã, de 49, é o caçula.

Três candidatos são advogados (Soares, Alegre e Garcia Pereira), dois, economistas (Cavaco e Louçã) e um foi operário metalúrgico (Sousa).

Leia mais
  • Portugal elege o quarto presidente de sua história democrática

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre eleições em Portugal
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página