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22/01/2006 - 21h50

Cavaco Silva diz que será presidente de "todos os portugueses"

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da Efe e France Presse

O candidato de centro direita Aníbal Cavaco Silva, vencedor da eleição presidencial deste domingo em Portugal, assegurou que quer ser e será "o presidente de todos os portugueses". Ele será o novo chefe de Estado a partir de 9 de março e durante os próximos cinco anos.

"Saúdo os portugueses, todos os portugueses, pelo civismo que demonstraram neste ato eleitoral", afirmou, destacando o "percentual significativo" da participação em discurso no Centro Cultural de Belém, ao leste da capital. Com a apuração praticamente concluída --99% das cédulas--, Cavaco Silva obteve 50,59% dos votos (2.739.331 votos).

"Quero ser e serei o presidente de todos os portugueses", afirmou Cavaco Silva, acrescentando que estará "atento" às necessidades de todos seus cidadãos.

O político de centro-direita é o quarto presidente eleito democraticamente desde 1974. Sua vitória confirmou as previsões das pesquisas de intenção de voto durante a campanha e as projeções de boca-de-urna, divulgadas após o fechamento dos colégios eleitorais.

Cavaco foi primeiro-ministro por dez anos e havia sido derrotado em sua tentativa anterior, em 1996, por Jorge Sampaio, a quem substituirá.

Em segundo lugar, o deputado e poeta socialista Manuel Alegre, repudiado por seu partido, ficou com 20,72% da preferência do eleitorado (1.122.125 votos). Atrás de Alegre, o ex-presidente Mário Soares, que sonhava com um terceiro mandato com apoio do Partido Socialista, do qual é líder histórico, ficou com 14,34% (776.618 votos).

Foi Soares, às 19h35 (horário de Brasília), o primeiro a reconhecer Cavaco Silva como presidente eleito e a cumprimentá-lo, desejando sucesso em seu mandato.

Bem atrás ficaram os outros três candidatos da esquerda: o comunista Jerónimo de Sousa, com 8,60% (465.566 votos); o radical Francisco Louçã, com 5,31% (287.631); e o advogado António Garcia Pereira, candidato da extrema esquerda, com apenas 0,44% (23.584 votos).

Centenas de eleitores de Cavaco Silva se concentraram para festejar a vitória no Centro Cultural de Belém, a pouco mais de um quilômetro da sede da Presidência. O local serviu de quartel-general da campanha e atraiu dezenas de jornalistas.

História

A centro-direita portuguesa comemora a conquista da eleição de seu primeiro chefe de Estado desde a Revolução dos Cravos, em 1974.

A vitória de Cavaco Silva deve inaugurar uma era de coexistência entre o recém-eleito chefe de Estado e o governo socialista de maioria absoluta liderado por José Sócrates. O primeiro-ministro só se empenhou a fundo no apoio a Mário Soares nos últimos dias de campanha e evitou críticas incisivas a Cavaco Silva, favorito em todas as pesquisas.

Parece improvável que Cavaco Silva use seus poderes presidenciais de dissolução do Parlamento por motivos ideológicos, já que a maioria absoluta liderada por Sócrates no Parlamento garante a estabilidade do Executivo.

Essa estabilidade é considerada essencial para enfrentar a grave crise econômica que afeta Portugal há vários anos. Analistas apontam que um bom entendimento entre Cavaco Silva e Sócrates deve facilitar a recuperação.

Mas muitos acreditam que Sócrates deverá convocar em breve um congresso do Partido Socialista, do qual é secretário-geral. O objetivo seria reafirmar sua liderança, sobretudo após o resultado de Manuel Alegre contra a vontade desse mesmo partido.

Sócrates e Alegre foram rivais em 2003 na disputa para se tornarem líderes do PS após a renúncia de Eduardo Ferro Rodrigues.

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