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06/02/2006
-
19h03
da France Presse, em Porto Príncipe
Com cautela, o blindado branco da ONU (Organização das Nações Unidas) entra em uma rua de Cité Soleil, em Porto Príncipe. Das aberturas no teto surgem seis militares com coletes à prova de bala e capacetes azuis, com o dedo sobre o gatilho de seus fuzis de assalto, que apontam para o inimigo invisível.
A favela que patrulham é um dos locais mais violentos de Porto Príncipe. Ali, são freqüentes os disparos e seqüestros. Essa área, em que vivem cerca de 300 mil haitianos, é controlada pelas quadrilhas mais violentas.
Em Cité Militaire, soldados brasileiros dizem manter boas relações com a população local. "Há alguns tiros à noite, no mais é bastante calmo. Fazemos muitos trabalhos humanitários, e isso ajuda", diz o tenente Jorge Rogério Teixeira de Moura, posicionado no topo de um pequeno prédio.
Os capacetes azuis jordanianos ocupam um posto fortificado no bairro devastado de Cité Soleil. A ONU nega "matar pessoas nas ruas", mas admite o clima de tensão. Colocar os jordanianos em Cité Soleil foi um erro, segundo uma autoridade local que pediu para não ser identificada. Há problemas de comportamento e de idioma. Em janeiro, os jordanianos perderam dois de seus homens, mortos por desconhecidos armados.
Entre Cité Militaire e Cité Soleil, os militares da ONU criaram uma "linha vermelha". As patrulhas brasileiras se concentram na rodovia nacional número um. Mais adiante, o setor é controlado pelos jordanianos. "Se nos envolvemos em uma perseguição, somos obrigados a dar a volta na linha vermelha, para evitar problemas com os jordanianos", contou o tenente Moura.
Mobilizada desde meados de 2004 no Haiti, a Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti) conta atualmente com cerca de 7.500 militares e 2.000 policiais, a maioria de países da América Latina e que não falam francês, idioma oficial do Haiti, juntamente com o crioulo. A missão principal da Minustah é "ajudar no restabelecimento e na manutenção do Estado de direito, da segurança e da ordem pública no Haiti".
Quase dois anos depois da queda do regime de Jean-Bertrand Aristide, áreas inteiras da capital continuam sendo territórios sem lei. No norte do país, algumas regiões estão sob tensão e os capacetes azuis são poucos para garantir a estabilidade.
Comandado por um novo general brasileiro --o anterior suicidou-se em janeiro, quando os capacetes azuis receberam duras críticas por sua ineficácia--, os militares internacionais se comprometeram a garantir amanhã a realização das eleições.
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Com cautela, o blindado branco da ONU (Organização das Nações Unidas) entra em uma rua de Cité Soleil, em Porto Príncipe. Das aberturas no teto surgem seis militares com coletes à prova de bala e capacetes azuis, com o dedo sobre o gatilho de seus fuzis de assalto, que apontam para o inimigo invisível.
A favela que patrulham é um dos locais mais violentos de Porto Príncipe. Ali, são freqüentes os disparos e seqüestros. Essa área, em que vivem cerca de 300 mil haitianos, é controlada pelas quadrilhas mais violentas.
Em Cité Militaire, soldados brasileiros dizem manter boas relações com a população local. "Há alguns tiros à noite, no mais é bastante calmo. Fazemos muitos trabalhos humanitários, e isso ajuda", diz o tenente Jorge Rogério Teixeira de Moura, posicionado no topo de um pequeno prédio.
Os capacetes azuis jordanianos ocupam um posto fortificado no bairro devastado de Cité Soleil. A ONU nega "matar pessoas nas ruas", mas admite o clima de tensão. Colocar os jordanianos em Cité Soleil foi um erro, segundo uma autoridade local que pediu para não ser identificada. Há problemas de comportamento e de idioma. Em janeiro, os jordanianos perderam dois de seus homens, mortos por desconhecidos armados.
Entre Cité Militaire e Cité Soleil, os militares da ONU criaram uma "linha vermelha". As patrulhas brasileiras se concentram na rodovia nacional número um. Mais adiante, o setor é controlado pelos jordanianos. "Se nos envolvemos em uma perseguição, somos obrigados a dar a volta na linha vermelha, para evitar problemas com os jordanianos", contou o tenente Moura.
Mobilizada desde meados de 2004 no Haiti, a Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti) conta atualmente com cerca de 7.500 militares e 2.000 policiais, a maioria de países da América Latina e que não falam francês, idioma oficial do Haiti, juntamente com o crioulo. A missão principal da Minustah é "ajudar no restabelecimento e na manutenção do Estado de direito, da segurança e da ordem pública no Haiti".
Quase dois anos depois da queda do regime de Jean-Bertrand Aristide, áreas inteiras da capital continuam sendo territórios sem lei. No norte do país, algumas regiões estão sob tensão e os capacetes azuis são poucos para garantir a estabilidade.
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