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06/03/2006 - 18h19

Governo britânico defende tratamento dado a presos no Iraque

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da Efe, em Londres

O governo britânico defendeu nesta segunda-feira o tratamento dispensado aos prisioneiros no Iraque, diante das acusações de violações dos direitos humanos contidas no último relatório da Anistia Internacional (AI).

Segundo o documento da AI, cerca de 14 mil pessoas continuam detidas no país árabe sem que haja acusações contra elas, o que significa uma violação do direito internacional.

A detenção de pessoas nessas condições durante meses aumenta o risco de serem submetidas a torturas, denuncia a organização humanitária, que detalha em seu relatório uma série de acusações de maus-tratos contra detidos.

O Ministério das Relações Exteriores britânico reagiu nesta segunda-feira ao relatório, e disse que as forças multinacionais mobilizadas no Iraque estão autorizadas por duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) a fazer este tipo de detenção.

"Os detidos são considerados uma ameaça para a segurança, não só das forças multinacionais no Iraque, mas também do próprio povo iraquiano", disse o porta-voz, que acrescentou que "colocá-los em liberdade seria um risco para as vidas de iraquianos inocentes".

As forças britânicas mantêm 43 pessoas detidas na base logística de Shaibah, no sul do Iraque, informou hoje um porta-voz da chancelaria.

Segundo o porta-voz, os presos que estão sob custódia britânica têm acesso a advogados e a suas famílias, e recebem visitas da Cruz Vermelha Internacional.

O relatório da AI denuncia que o número de detidos no Iraque é quase trinta vezes superior aos 490 presos que permanecem também em um vazio legal na base militar americana de Guantánamo, em Cuba.

Mais de 200 presos estão detidos há mais de dois anos, enquanto 4.000 permanecem detidos no Iraque há pelo menos um ano.

A diretora da seção britânica da AI, Kate Allen, qualificou hoje como "apavorante" descobrir que "as forças multinacionais mantêm milhares de pessoas detidas sem acusações".

E isso "após os horrores da vida sob Saddam [Hussein] e os abusos contra prisioneiros em Abu Ghraib", disse Allen.

Segundo a AI, os presos não recebem qualquer visita de advogados ou parentes durante os dois primeiros meses, e muitos deles temem que "nunca serão libertados ou terão a oportunidade de se defender em um tribunal".

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