Publicidade
Publicidade
21/04/2006
-
12h56
da Efe, em Katmandu
Gyanendra, o único rei hindu do mundo e que foi duas vezes monarca do Nepal, mas que nunca foi bem aceito por seus súditos, anunciou nesta sexta-feira pela televisão que transfere "ao povo" o poder que exercia de forma absoluta até agora.
Esta dificuldade de aceitação do povo é fruto da dúvida da legitimidade de sua chegada ao trono, que surgiu após o brutal assassinato de metade da família real em 2001.
Empresário, e escritor e compositor nas horas livres, Gyanendra, 58, governou o Nepal por 14 meses após dissolver o governo eleito democraticamente em fevereiro de 2005, pois alegou que ele não teve capacidade de solucionar o conflito com a guerrilha maoísta.
Há mais de duas semanas, milhares de pessoas protestavam nas ruas para que o rei restaurasse a democracia, enquanto isso a pressão também crescia em meio à comunidade internacional.
Coroado pela primeira vez aos quatro anos --embora sua chegada ao poder tenha durado apenas dois meses naquela ocasião, quando o resto de sua família estava exilada na Índia--, Gyanendra não chegou nem a ser reconhecido pela comunidade internacional e perdeu seu status quando seu avô Tribhuan retornou ao trono.
Após este curto período na coroa, o jovem Gyanendra foi estudar na vizinha Índia e foi aluno do St Joseph College, na cidade de Darjeeling, antes de se formar na Universidade de Tribhuwan, em Katmandu.
Compositor de canções e poeta, ele é conhecido no mundo literário como G.Sang, embora na vida política seja mais lembrado como o monarca "não-desejado" pelo povo.
Gyanendra chegou ao trono pela segunda vez quando o herdeiro da coroa, o príncipe Dipendra, assassinou seu pai, o rei Birendra, sua mãe, a rainha Aishwarya, e outros sete membros da família real no palácio de Katmandu, no dia primeiro de junho de 2001, e depois se suicidou.
A versão oficial do episódio atribui a autoria do massacre a um Dipendra bêbado e drogado, mas as dúvidas sempre acompanharam Gyanendra.
O atual rei do Nepal estava casualmente na cidade turística de Pokhara no dia do massacre.
Sua ausência e o fato de sua mulher e de seu filho, que estavam no lugar do assassinato, terem saído ilesos contribuíram para alimentar as suspeitas de que as mortes foram encomendadas por Gyanendra.
Casado com a rainha Komal, ele tem dois filhos: o príncipe Paras Shah, um alcoólatra, segundo as más línguas, e uma filha chamada Prerana Rajya Laxmi Shah.
Ele se interessa muito pela conservação do meio ambiente, além de ser um homem de negócios que estimula o turismo e tem um hotel em Katmandu, uma fábrica de charutos e uma plantação de chá no leste do Nepal. Entretanto, a crise que castiga o país reduziu consideravelmente o número de visitantes.
Gyanendra era um rei que viajava muito e visitou quase todos os países da Europa, os Estados Unidos, a China, a Rússia e o Sudeste asiático.
Durante seu reinado, Gyanendra, um careca de rosto pouco simpático, mudou o primeiro-ministro duas vezes em três anos para colocar no lugar governantes que o agradassem mais, até que no dia primeiro de fevereiro de 2005 decidiu dar um golpe e assumir o poder absoluto, que agora deixou.
Leia mais
Saiba mais sobre o Nepal
Rei cede e promete entregar o poder político do Nepal
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Nepal
Gyanendra já foi duas vezes monarca do Nepal
Publicidade
Gyanendra, o único rei hindu do mundo e que foi duas vezes monarca do Nepal, mas que nunca foi bem aceito por seus súditos, anunciou nesta sexta-feira pela televisão que transfere "ao povo" o poder que exercia de forma absoluta até agora.
Esta dificuldade de aceitação do povo é fruto da dúvida da legitimidade de sua chegada ao trono, que surgiu após o brutal assassinato de metade da família real em 2001.
20.abr.2006/AP |
![]() |
Gyanendra, rei do Nepal |
Há mais de duas semanas, milhares de pessoas protestavam nas ruas para que o rei restaurasse a democracia, enquanto isso a pressão também crescia em meio à comunidade internacional.
Coroado pela primeira vez aos quatro anos --embora sua chegada ao poder tenha durado apenas dois meses naquela ocasião, quando o resto de sua família estava exilada na Índia--, Gyanendra não chegou nem a ser reconhecido pela comunidade internacional e perdeu seu status quando seu avô Tribhuan retornou ao trono.
Após este curto período na coroa, o jovem Gyanendra foi estudar na vizinha Índia e foi aluno do St Joseph College, na cidade de Darjeeling, antes de se formar na Universidade de Tribhuwan, em Katmandu.
Compositor de canções e poeta, ele é conhecido no mundo literário como G.Sang, embora na vida política seja mais lembrado como o monarca "não-desejado" pelo povo.
Gyanendra chegou ao trono pela segunda vez quando o herdeiro da coroa, o príncipe Dipendra, assassinou seu pai, o rei Birendra, sua mãe, a rainha Aishwarya, e outros sete membros da família real no palácio de Katmandu, no dia primeiro de junho de 2001, e depois se suicidou.
A versão oficial do episódio atribui a autoria do massacre a um Dipendra bêbado e drogado, mas as dúvidas sempre acompanharam Gyanendra.
O atual rei do Nepal estava casualmente na cidade turística de Pokhara no dia do massacre.
Sua ausência e o fato de sua mulher e de seu filho, que estavam no lugar do assassinato, terem saído ilesos contribuíram para alimentar as suspeitas de que as mortes foram encomendadas por Gyanendra.
Casado com a rainha Komal, ele tem dois filhos: o príncipe Paras Shah, um alcoólatra, segundo as más línguas, e uma filha chamada Prerana Rajya Laxmi Shah.
Ele se interessa muito pela conservação do meio ambiente, além de ser um homem de negócios que estimula o turismo e tem um hotel em Katmandu, uma fábrica de charutos e uma plantação de chá no leste do Nepal. Entretanto, a crise que castiga o país reduziu consideravelmente o número de visitantes.
Gyanendra era um rei que viajava muito e visitou quase todos os países da Europa, os Estados Unidos, a China, a Rússia e o Sudeste asiático.
Durante seu reinado, Gyanendra, um careca de rosto pouco simpático, mudou o primeiro-ministro duas vezes em três anos para colocar no lugar governantes que o agradassem mais, até que no dia primeiro de fevereiro de 2005 decidiu dar um golpe e assumir o poder absoluto, que agora deixou.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice