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21/04/2006
-
11h09
da Folha Online
O rei Gyanendra, do Nepal, prometeu nesta sexta-feira devolver o poder político ao povo. O rei disse que sua dinastia tem um "bravo compromisso com a monarquia constitucional e a democracia multipartidária" e pediu aos sete principais partidos políticos do país que nomeiem um primeiro-ministro o mais breve possível.
"O poder executivo (...) será devolvido, a partir de hoje, ao povo", disse Gyanendra, em cadeia de rádio e TV no país. Não ficou claro, no entanto, se o anúncio iria convencer seus opositores políticos. Ainda não havia comentários da oposição sobre o anúncio do rei do país. Gyanendra havia assumido o poder total no país há 14 meses.
Protestos contra o governo têm ocorrido nas ruas da capital nepalesa, Katmandu, desde o último dia 6. Desde então, ao menos 14 pessoas morreram nas manifestações que levaram milhares às ruas para pedir que rei entregasse o poder e restituísse a ordem democrática no país.
As manifestações tiveram início com uma greve geral. Só ontem, policiais nepaleses abriram fogo contra uma multidão de dezenas de milhares de pessoas, deixando três mortos.
Crise
Durante um longo período de sua história, o Nepal foi comandado por governos absolutos. Em 1990, o país se tornou uma monarquia constitucional. No entanto, desde 1996, há intensa ação da guerrilha maoísta, que tenta derrubar a monarquia para instituir um regime socialista.
Em junho de 2001, o príncipe Dipendra promoveu um massacre no palácio real, matou seus pais e primos e tentou se matar em seguida. Mesmo internado e em estado de coma, ele foi proclamado rei. Em 4 de junho, após sua morte, seu tio Gyanendra assumiu o trono.
No ano seguinte, o novo rei demitiu o primeiro-ministro e seu gabinete por "incompetência", depois de eles terem dissolvido o Parlamento e não conseguirem realizar eleições devido à insurgência.
Em junho de 2004, Gyanendra reinstalou um primeiro-ministro, que formou um governo de coalizão com outros quatro partidos. Oito meses mais tarde, dizendo-se "insatisfeito" e "preocupado com a segurança" do Nepal, o rei Gyanendra dissolveu o Parlamento e declarou estado de emergência [o que desencadeou a prisão de líderes de partidos]. O monarca vinha governando o país sozinho desde 1º de fevereiro de 2005.
Com agências internacionais
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O rei Gyanendra, do Nepal, prometeu nesta sexta-feira devolver o poder político ao povo. O rei disse que sua dinastia tem um "bravo compromisso com a monarquia constitucional e a democracia multipartidária" e pediu aos sete principais partidos políticos do país que nomeiem um primeiro-ministro o mais breve possível.
Binod Joshi/AP |
Manifestantes queimam documentos e móveis do governo durante protestos nesta sexta-feira |
Protestos contra o governo têm ocorrido nas ruas da capital nepalesa, Katmandu, desde o último dia 6. Desde então, ao menos 14 pessoas morreram nas manifestações que levaram milhares às ruas para pedir que rei entregasse o poder e restituísse a ordem democrática no país.
As manifestações tiveram início com uma greve geral. Só ontem, policiais nepaleses abriram fogo contra uma multidão de dezenas de milhares de pessoas, deixando três mortos.
Crise
Durante um longo período de sua história, o Nepal foi comandado por governos absolutos. Em 1990, o país se tornou uma monarquia constitucional. No entanto, desde 1996, há intensa ação da guerrilha maoísta, que tenta derrubar a monarquia para instituir um regime socialista.
Em junho de 2001, o príncipe Dipendra promoveu um massacre no palácio real, matou seus pais e primos e tentou se matar em seguida. Mesmo internado e em estado de coma, ele foi proclamado rei. Em 4 de junho, após sua morte, seu tio Gyanendra assumiu o trono.
No ano seguinte, o novo rei demitiu o primeiro-ministro e seu gabinete por "incompetência", depois de eles terem dissolvido o Parlamento e não conseguirem realizar eleições devido à insurgência.
Em junho de 2004, Gyanendra reinstalou um primeiro-ministro, que formou um governo de coalizão com outros quatro partidos. Oito meses mais tarde, dizendo-se "insatisfeito" e "preocupado com a segurança" do Nepal, o rei Gyanendra dissolveu o Parlamento e declarou estado de emergência [o que desencadeou a prisão de líderes de partidos]. O monarca vinha governando o país sozinho desde 1º de fevereiro de 2005.
Com agências internacionais
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