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09/05/2006 - 13h45

EUA desprezam carta enviada pelo presidente do Irã

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da Folha Online

Os Estados Unidos não responderão à carta enviada ontem pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao líder americano George W. Bush, anunciou a Casa Branca nesta terça-feira.

Na carta --rejeitada pelos EUA por "não resolver a preocupação internacional sobre a segurança", gerada pelas atividades nucleares do Irã-- Ahmadinejad faz duras críticas aos EUA e diz que a democracia nos moldes ocidentais "falhou".

No entanto, o documento --escrito em farsi e traduzido para o inglês-- não se refere diretamente à controversa questão do programa nuclear iraniano.

A carta foi a primeira comunicação direta entre um líder iraniano e um presidente americano desde 1979. Na época, os dois países cortaram relações diplomáticas depois que extremistas iranianos invadiram a Embaixada americana, mantendo reféns no local por mais de um ano.

Autoridades dos EUA afirmam que a intenção da carta foi prejudicar as conversas entre representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China a respeito das ambições nucleares iranianas.

O líder do Irã questiona por que "avanços científicos no Oriente Médio" são interpretados como "ameaças" para o regime sionista.

Israel

Ahmadinejad --que já afirmou que Israel deveria ser "varrido do mapa"-- também levanta questões como o Holocausto e a base da criação de Israel e diz que o "regime" instituído pelos Estados Unidos está em "desacordo" com os valores cristãos.

AP
Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
"Se admitirmos que este evento [o Holocausto] de fato aconteceu (...) Isso justifica o estabelecimento do Estado de Israel no Oriente Médio, ou o apoio a tal Estado?".

"Um regime foi estabelecido [em Israel] e ele não respeita crianças, destrói casas com seus ocupantes e seu interior, anuncia e planeja assassinatos de palestinos, além de manter milhares de palestinos em prisões", diz a carta.

11 de Setembro

O líder do Irã qualifica os atentados de 11 de Setembro como um "incidente horrível" que matou pessoas inocentes, o que é "deplorável".

No entanto, em seguida, questiona: "Por que vários aspectos dos ataques foram mantidos em segredo? Por que não nos dizem quem deixou de cumprir sua responsabilidade? E por que aqueles que são responsáveis não são identificados e julgados?".

Ahmadinejad também fala sobre a Guerra no Iraque. "É claro que Saddam Hussein é um ditador assassino", escreve. "Mas a guerra não foi feita para derrubá-lo, mas para encontrar e destruir as armas de destruição de massa", afirmou.

"Eu lembro que por muito anos (...) Saddam foi apoiado pelos EUA na guerra contra o Irã."

Religião

O presidente iraniano faz ainda um "convite" a Bush para que ele passe a governar os Estados Unidos de acordo com os valores cristãos. Citando passagens do Alcorão, Ahmadinejad defende o retorno de um governo de base religiosa.

Morry Gash/AP
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos
"Por que você não aceita esse convite?" questiona ele a Bush. "Ou seja, o retorno genuíno dos ensinamentos dos profetas, do monoteísmo e da justiça, para preservar a dignidade humana e a obediência aos profetas?".

"O liberalismo e a democracia nos moldes ocidentais não conseguiram concretizar os ideais da humanidade", afirmou. "Hoje, estes são conceitos falidos".

Com agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Mahmoud Ahmadinejad
  • Leia o que já foi publicado sobre George W.Bush
  • Leia o que já foi publicado sobre o programa nuclear iraniano
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