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21/05/2006
-
09h39
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Teerã
Na quinta-feira, o jornal iraniano "Jomhuri Ye Eslami" publicou que o presidente Mahmoud Ahmadinejad pretende continuar sua série de cartas a líderes mundiais com uma correspondência a ser enviada ao papa Bento 16.
A notícia não foi confirmada pelos líderes locais, mas ganha certa credibilidade por ter sido veiculada onde foi e pelo fato de não haver imprensa livre no Irã.
O "Eslami" é de propriedade da Casa do Líder Supremo, o aiatolá; os diários iranianos pertencem a um partido, instância ou cargo político. E nada é publicado no país sem ter sido lido por um censor. Se confirmada, a segunda carta de Ahmadinejad indica que o aiatolá Khamenei estaria fortalecendo o cargo e a figura do presidente.
O envio de cartas a líderes remete ao profeta Maomé, fundador do islamismo, mas até agora, pelo menos no Irã, era prerrogativa do líder religioso. Khomeini já mandou uma carta a um papa, assim como a um presidente, no caso o então líder soviético Mikhail Gorbachov, em 1989, em que o convidava a estudar o Islã.
A carta de 18 páginas que Ahmadinejad mandou a Bush no começo de maio provavelmente faz parte de uma estratégia conjunta dos dois líderes, o do governo e o religioso (a quem o presidente é subordinado), de comprar crédito na opinião pública mundial caso o programa nuclear iraniano chegue a um impasse e de transferir a responsabilidade para o "Ocidente", representado por Bush, o papa e quem mais vier.
É o que defende o egípcio Mustafa El-Labbad, especialista em assuntos iranianos, para quem com isso Ahmadinejad ganha também o público interno. Com ele concorda o guia turístico Peyman Moghdan, 24. "Os iranianos podem não ter entendido completamente a atitude do presidente, mas respeitaram e apreciaram sua iniciativa de ousar enfrentar Bush", disse ele à Folha.
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Presidente do Irã pretende enviar carta para o papa
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da Folha de S.Paulo, em Teerã
Na quinta-feira, o jornal iraniano "Jomhuri Ye Eslami" publicou que o presidente Mahmoud Ahmadinejad pretende continuar sua série de cartas a líderes mundiais com uma correspondência a ser enviada ao papa Bento 16.
A notícia não foi confirmada pelos líderes locais, mas ganha certa credibilidade por ter sido veiculada onde foi e pelo fato de não haver imprensa livre no Irã.
O "Eslami" é de propriedade da Casa do Líder Supremo, o aiatolá; os diários iranianos pertencem a um partido, instância ou cargo político. E nada é publicado no país sem ter sido lido por um censor. Se confirmada, a segunda carta de Ahmadinejad indica que o aiatolá Khamenei estaria fortalecendo o cargo e a figura do presidente.
O envio de cartas a líderes remete ao profeta Maomé, fundador do islamismo, mas até agora, pelo menos no Irã, era prerrogativa do líder religioso. Khomeini já mandou uma carta a um papa, assim como a um presidente, no caso o então líder soviético Mikhail Gorbachov, em 1989, em que o convidava a estudar o Islã.
A carta de 18 páginas que Ahmadinejad mandou a Bush no começo de maio provavelmente faz parte de uma estratégia conjunta dos dois líderes, o do governo e o religioso (a quem o presidente é subordinado), de comprar crédito na opinião pública mundial caso o programa nuclear iraniano chegue a um impasse e de transferir a responsabilidade para o "Ocidente", representado por Bush, o papa e quem mais vier.
É o que defende o egípcio Mustafa El-Labbad, especialista em assuntos iranianos, para quem com isso Ahmadinejad ganha também o público interno. Com ele concorda o guia turístico Peyman Moghdan, 24. "Os iranianos podem não ter entendido completamente a atitude do presidente, mas respeitaram e apreciaram sua iniciativa de ousar enfrentar Bush", disse ele à Folha.
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