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24/05/2006 - 14h21

Testemunha depõe de pijama; julgamento de Saddam é adiado

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da Folha Online

O julgamento do ex-ditador Saddam Hussein foi adiado hoje para a próxima segunda-feira (29), depois da realização da 28ª audiência do processo, que teve início em outubro.

Antes do adiamento, o juiz que preside o julgamento, o curdo Rauf Rashid Abdel Rahman, ouviu seis testemunhas de defesa --entre elas, o ex-vice premiê iraquiano, Tarek Aziz, 70, que compareceu para depor vestido de pijama.

Reuters
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein comparece a tribunal no Iraque
Durante a audiência, Aziz defendeu Saddam dizendo que a corte deveria estar julgando os atuais líderes iraquianos xiitas, que "tentaram matá-lo e matar Saddam" na década de 80.

Segundo ele --que foi colaborador de Saddam durante muitos anos-- o episódio em Dujail foi parte de uma série de operações "cujos alvos eram civis e militares".

Saddam e os outros sete réus --que compareceram à audiência de hoje-- são acusados de envolvimento na execução de ao menos 148 xiitas em 1983, depois que o grupo foi declarado culpados de participar de uma tentativa de assassinar Saddam na localidade de Dujail.

"Vítima

Em sua primeira aparição pública em três anos, Aziz declarou à corte que "nada teve a ver" com o caso de Dujail. "O atentado fazia parte de uma série de tentativas de assassinatos de autoridades que começou em 1978, e eu fui alvo de um deles", acrescentou.

Reuters
O ex-vice-premiê iraquiano Tarek Aziz vai a tribunal de pijama e defende Saddam
"Eu fui uma vítima dos atos cometidos por um partido que agora está no poder. Julgue-os", disse Aziz, referindo-se a um ataque com granada na Universidade de Bagdá em 1980, do qual escapou com um braço quebrado e algumas lesões. "Eles mataram dezenas de estudantes".

"As mortes na Universidade Mustansiriya não foram mortes em massa?", questionou Aziz à corte. "E agora vocês estão julgando autoridades, acusando-os de mortes em massa".

Aziz --que, segundo sua família, está gravemente doente-- era o número 43 na lista dos mais procurados pelas autoridades iraquianas quando se entregou, em abril de 2003.

Expulsão

O juiz que preside o caso, o curdo Rauf Rashid Abdel Rahman, comentou a expulsão, na segunda-feira (22), da advogada libanesa Bushra Khalil, defensora de Saddam.

"É uma advertência aos advogados de defesa que violarem as regras de desenvolvimento deste processo", advertiu. A expulsão aconteceu devido à insistência de Khalil em discursar perante o tribunal antes do início dos trabalhos, pedido que foi negado pelo juiz, segundo fontes judiciais.

Foi a segunda vez que Khalil --a única mulher da equipe de defesa de Saddam-- é expulsa da corte. Em 5 de abril, o juiz mandou que a advogada se retirasse depois que ela fez objeções a um vídeo de Saddam exibido pela promotoria.

Com agências internacionais

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