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29/05/2006 - 02h11

Presidente reeleito da Colômbia reafirma combate à guerrilha

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da Folha Online

O presidente reeleito da Colômbia, Alvaro Uribe, 53, reafirmou neste domingo (28) que sua política de segurança contra a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foi um fator decisivo para sua vitória no primeiro turno e disse que pretende aprofundar os laços comerciais com outros países latino-americanos.

Num discurso pronunciado na noite de domingo diante de centenas de seguidores no comitê de campanha, em um hotel do centro de Bogotá, Uribe anunciou que nesta segunda-feira pretende comemorar a reeleição com uma missa no túmulo do seu pai, assassinado pelas Farc em 1983.

"A Segurança Democrática [nome dado por Uribe à sua política de segurança, que privilegia a repressão às Farc e ao tráfico de drogas] começou a recuperar as liberdades que nos haviam sido roubadas pelo terrorismo", disse o presidente ao agradecer aos soldados e policiais a luta contra a guerrilha.

O presidente reeleito também afirmou que pretende investir no comércio exterior. Além de aprofundar o tratado comercial firmado entre a CAN [Comunidade Andina de Nações] e o Mercosul, Uribe afirma que vai "avançar em conversas formais com países centro-americanos" para uma integração entre a CAN e a América Central.

Com 99% das urnas apuradas, a Registradoria Nacional, órgão encarregado das eleições, registrou que Uribe havia conquistado 62,23% dos votos --o equivalente a mais de 7,33 milhões dos 26,73 milhões de eleitores.

A reeleição consolidou Uribe como o principal aliado de Washington na América Latina, onde nos últimos anos foram eleitos vários governos de esquerda.

O resultado supera o de maio de 2002, quando Uribe chegou ao poder, com um forte discurso contra os grupos armados ilegais. Na ocasião, ele obteve 5,86 milhões de votos, cerca de 54% do total de votos.

O principal adversário no pleito, o senador e ex-magistrado Carlos Gaviria, do esquerdista Pólo Democrático Alternativo (PDA), ficou em segundo lugar, com quase 2,59 milhões de votos (22,03%).

Com este resultado, o PDA se consolidou como a segunda força política do país, atrás da Primeiro Colômbia, movimento criado por Uribe, com a participação de dissidentes liberais --como o próprio Uribe--, conservadores e independentes.

Seqüestrados

As FARC libertaram no domingo 16 jurados eleitorais que haviam sido seqüestrados no sábado em um departamento do Pacífico colombiano (leste).

Num comunicado à imprensa, distribuído na noite de domingo, o Ministério da Defesa informou que "os 16 jurados de Novita, Chocó, que haviam sido detidos pelas Farc na zona rural desse município, já estão regressando".

Os libertados "telefonaram de um local chamado El Tambito, localizado a 50 minutos de Novita, pediram umas canoas e já estão regressando para o município", afirmou o comunicado. Segundo o governo, todos estavam bem.

Perfil

Uribe é um político de direita que governa com mão-de-ferro contra a guerrilha. Advogado dissidente do partido Liberal, Uribe possui um estilo coloquial e direto --acusado de "populista" pela oposição-- ao qual deve em grande parte sua aceitação de 70% em quase quatro anos de governo.

Ele costuma usar sombrero e poncho durante viagens de sábado às províncias, onde preside os "conselhos comunais". Nos conselhos, o presidente ouve as reclamações de cidadãos e pede aos ministros que encontrem uma solução, às vezes constrangendo-os diante das câmeras de TV.

Nem os militares escapam das broncas públicas. Diariamente, Uribe exige resultados da luta contra a guerrilha. No seu governo, rodaram as cabeças de cerca de 30 generais.

Embora se defina como liberal, este ex-senador, católico, casado com a filósofa Lina Moreno e pai de dois filhos, é admirado pelo Partido Conservador, que aderiu ao governo e elogia seu tradicionalismo e a política rigorosa batizada de "Segurança Democrática". Ele já se manifestou contra o uso da camisinha e pediu aos jovens que reservassem o sexo para o casamento.

Apesar da morte do pai e da dezena de atentados aos quais sobreviveu como governador provincial e presidente, Uribe nega que a luta antiguerrilha seja uma questão pessoal, e destaca como êxitos a queda nos índices de homicídios e de seqüestros e o crescimento econômico.

Quando era governador, nos anos 90, Uribe apoiou milícias no Departamento de Antioquia (noroeste), que se transformaram em grupos paramilitares depois de serem declaradas ilegais, segundo líderes humanitários.

Uribe, que mantém bom relacionamento com a imprensa e é chamado pela guerrilha de "narco-paramilitar", é madrugador, exercita-se diariamente, pratica ioga, prefere a medicina alternativa e faz questão de dizer que paga a conta de seu celular.

Com agências internacionais

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