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05/07/2006
-
02h36
da Folha Online
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deve se reunir a portas fechadas nesta quarta-feira, a pedido do Japão, para discutir a crise provocada pelo lançamento de seis mísseis, um deles de alcance intercontinental, na Coréia do Norte.
A reunião foi solicitada pelo embaixador do Japão na ONU, Kenzo Oshima, ao embaixador da França, Jean-Marc de la Sabliere, que ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança no mês de julho.
Na reunião, o Japão pode apresentar um projeto de resolução contra a iniciativa norte-coreana. Os detalhes do texto não foram divulgados.
As Forças Armadas japonesas aumentaram seu nível de alerta após o lançamento dos mísseis. Segundo o ministro da Defesa, Fukushiro Nukaga, as forças japonesas realizaram operações para tentar recuperar e analisar os destroços dos mísseis que caíram no Mar do Japão.
Repercussão
EUA e Japão já tinham avisado que poderiam recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para impor sanções econômicas no caso de lançamento de um míssil balístico.
O ministro de Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, anunciou que seu país pode impor suas próprias sanções econômicas à Coréia do Norte em represália contra o lançamento, dos mísseis.
O Departamento de Estado norte-americano considerou a iniciativa norte-coreana "uma provocação" --ainda mais por ter ocorrido no dia da Independência dos EUA-- e enviou para o Leste da Ásia o seu negociador para assuntos coreanos, o subsecretário de Estado, Christopher Hill.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Steve Hadley, comentou, no entanto, que o lançamento "não representa nenhuma ameaça" para os Estados Unidos.
O presidente dos EUA, George W. Bush, considerou o lançamento dos mísseis norte-coreanos um "desafio contra a comunidade internacional", segundo fontes oficiais da Casa Branca.
As autoridades militares sul-coreanas ordenaram o reforço da vigilância no país, segundo a agência Yonhap. "O lançamento de mísseis vai piorar as relações intercoreanas e contribuir para o isolamento internacional da Coréia do Norte", diz a mensagem oficial lida por Suh Choo-Suk, secretário presidencial sul-coreano de Segurança e Política Externa.
China
O governo chinês analisa a crise asiática dos mísseis e adiou a sua declaração oficial sobre o caso, aguardada nos Estados Unidos e no Japão.
Um porta-voz da chancelaria chinesa consultado pela Efe disse que não há previsões de uma resposta oficial.
O vice-primeiro-ministro da China, Hui Liangyu, fará uma visita a Pyongyang de 10 a 15 de julho para comemorar os 45 anos do tratado de amizade bilateral.
Alguns analistas destacam o momento escolhido pela Coréia do Norte. O objetivo seria comparar a sua situação com a do Irã, que recebe da comunidade internacional oportunidades de diálogo e ofertas de tecnologia.
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Jiang Yu, não confirmou se a agenda da visita de Hui inclui o reatamento das negociações multilaterais congeladas em novembro de 2005.
EUA e Japão, que integram a mesa de diálogo com a China, a Rússia e as duas Coréias, pedem mais pressão chinesa sobre o regime norte-coreano para a retomada das negociações.
Mas Pequim se opõe sistematicamente a sanções econômicas contra Pyongyang, argumentando que a medida agravaria a situação de extrema pobreza do país.
Analistas afirmam que a China levará em conta seus interesses como principal aliado econômico de um regime imprevisível. As mesmas fontes consideram que se o Conselho de Segurança deverá optar por uma sanção política, que a China poderia aceitar.
O diálogo sobre a crise nuclear norte-coreana está bloqueado desde que Pyongyang se retirou, em protesto contra as sanções americanas a várias instituições financeiras norte-coreanas acusadas de lavagem de dinheiro.
EUA ao alcance
A Coréia do Norte disparou seis mísseis ao longo de cinco horas, a partir das 3h32 (15h32 de terça-feira em Brasília). Os projéteis caíram ao oeste do Japão, perto do litoral norte-coreano e russo.
Pelo menos um dos seis mísseis lançados pela Coréia do Norte era de longo alcance: um Taepodong-2 intercontinental. Os demais eram mísseis de curto alcance, do tipo Scud, de origem soviética, e outros de médio alcance, do tipo Rodong, norte-coreanos.
Segundo fontes governamentais americanas citadas pela agência japonesa Kyodo, o teste do Taepodong-2 fracassou. O míssil não teria atingido a zona de impacto prevista no mar, entrando em pane 40 segundos após o lançamento.
No entanto, o teste atingiu seu outro objetivo: o de deixar em alerta máximo as autoridades japonesas, sul-coreanas e americanas, além da ONU.
Para alguns analistas, o alcance do míssil intercontinental Taepodong-2 poderia atingir o Alasca, o Havaí e outras territórios norte-americanos, como as cidades de Seattle e San Francisco.
O TD-2 poderia levar uma ogiva nuclear, mas muitos especialistas duvidam que a Coréia do Norte tenha a tecnologia necessária para criar um artefato nuclear pequeno o suficiente para ser lançado por um míssil.
Com agências internacionais
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Coréia do Norte lança 5 mísseis; EUA reclamam de "provocação"
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Conselho de Segurança convoca reunião para discutir crise coreana
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O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) deve se reunir a portas fechadas nesta quarta-feira, a pedido do Japão, para discutir a crise provocada pelo lançamento de seis mísseis, um deles de alcance intercontinental, na Coréia do Norte.
A reunião foi solicitada pelo embaixador do Japão na ONU, Kenzo Oshima, ao embaixador da França, Jean-Marc de la Sabliere, que ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança no mês de julho.
Na reunião, o Japão pode apresentar um projeto de resolução contra a iniciativa norte-coreana. Os detalhes do texto não foram divulgados.
As Forças Armadas japonesas aumentaram seu nível de alerta após o lançamento dos mísseis. Segundo o ministro da Defesa, Fukushiro Nukaga, as forças japonesas realizaram operações para tentar recuperar e analisar os destroços dos mísseis que caíram no Mar do Japão.
Repercussão
EUA e Japão já tinham avisado que poderiam recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para impor sanções econômicas no caso de lançamento de um míssil balístico.
O ministro de Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, anunciou que seu país pode impor suas próprias sanções econômicas à Coréia do Norte em represália contra o lançamento, dos mísseis.
O Departamento de Estado norte-americano considerou a iniciativa norte-coreana "uma provocação" --ainda mais por ter ocorrido no dia da Independência dos EUA-- e enviou para o Leste da Ásia o seu negociador para assuntos coreanos, o subsecretário de Estado, Christopher Hill.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Steve Hadley, comentou, no entanto, que o lançamento "não representa nenhuma ameaça" para os Estados Unidos.
O presidente dos EUA, George W. Bush, considerou o lançamento dos mísseis norte-coreanos um "desafio contra a comunidade internacional", segundo fontes oficiais da Casa Branca.
As autoridades militares sul-coreanas ordenaram o reforço da vigilância no país, segundo a agência Yonhap. "O lançamento de mísseis vai piorar as relações intercoreanas e contribuir para o isolamento internacional da Coréia do Norte", diz a mensagem oficial lida por Suh Choo-Suk, secretário presidencial sul-coreano de Segurança e Política Externa.
China
O governo chinês analisa a crise asiática dos mísseis e adiou a sua declaração oficial sobre o caso, aguardada nos Estados Unidos e no Japão.
Um porta-voz da chancelaria chinesa consultado pela Efe disse que não há previsões de uma resposta oficial.
O vice-primeiro-ministro da China, Hui Liangyu, fará uma visita a Pyongyang de 10 a 15 de julho para comemorar os 45 anos do tratado de amizade bilateral.
Alguns analistas destacam o momento escolhido pela Coréia do Norte. O objetivo seria comparar a sua situação com a do Irã, que recebe da comunidade internacional oportunidades de diálogo e ofertas de tecnologia.
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Jiang Yu, não confirmou se a agenda da visita de Hui inclui o reatamento das negociações multilaterais congeladas em novembro de 2005.
EUA e Japão, que integram a mesa de diálogo com a China, a Rússia e as duas Coréias, pedem mais pressão chinesa sobre o regime norte-coreano para a retomada das negociações.
Mas Pequim se opõe sistematicamente a sanções econômicas contra Pyongyang, argumentando que a medida agravaria a situação de extrema pobreza do país.
Analistas afirmam que a China levará em conta seus interesses como principal aliado econômico de um regime imprevisível. As mesmas fontes consideram que se o Conselho de Segurança deverá optar por uma sanção política, que a China poderia aceitar.
O diálogo sobre a crise nuclear norte-coreana está bloqueado desde que Pyongyang se retirou, em protesto contra as sanções americanas a várias instituições financeiras norte-coreanas acusadas de lavagem de dinheiro.
EUA ao alcance
A Coréia do Norte disparou seis mísseis ao longo de cinco horas, a partir das 3h32 (15h32 de terça-feira em Brasília). Os projéteis caíram ao oeste do Japão, perto do litoral norte-coreano e russo.
Pelo menos um dos seis mísseis lançados pela Coréia do Norte era de longo alcance: um Taepodong-2 intercontinental. Os demais eram mísseis de curto alcance, do tipo Scud, de origem soviética, e outros de médio alcance, do tipo Rodong, norte-coreanos.
Segundo fontes governamentais americanas citadas pela agência japonesa Kyodo, o teste do Taepodong-2 fracassou. O míssil não teria atingido a zona de impacto prevista no mar, entrando em pane 40 segundos após o lançamento.
No entanto, o teste atingiu seu outro objetivo: o de deixar em alerta máximo as autoridades japonesas, sul-coreanas e americanas, além da ONU.
Para alguns analistas, o alcance do míssil intercontinental Taepodong-2 poderia atingir o Alasca, o Havaí e outras territórios norte-americanos, como as cidades de Seattle e San Francisco.
O TD-2 poderia levar uma ogiva nuclear, mas muitos especialistas duvidam que a Coréia do Norte tenha a tecnologia necessária para criar um artefato nuclear pequeno o suficiente para ser lançado por um míssil.
Com agências internacionais
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