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05/07/2006 - 10h12

Coréia do Norte faz novo teste com míssil; Japão impõe sanções

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da Folha Online

A Coréia do Norte realizou um novo teste com míssil nesta quarta-feira --o sétimo no mesmo dia-- acirrando as tensões na região e causando duras críticas da comunidade internacional.

O lançamento, realizado às 17h22 (5h22 no horário de Brasília), ocorreu pouco depois de os norte-coreanos testarem seis mísseis no mar do Japão.

Após os testes, o Japão impôs uma série de sanções ao país devido ao lançamento dos mísseis que, segundo o governo japonês, "ameaçam a estabilidade e a segurança do Leste da Ásia".

As sanções anunciadas pelo porta-voz do governo, Shinzo Abe, incluem o veto da entrada no Japão de funcionários norte-coreanos e de tripulações de navios e aviões da Coréia do Norte.

Reuters
Manifestantes queimam bandeiras em protesto contra lançamento de mísseis norte-coreanos
"Seja o que for que a Coréia do Norte esteja tentando alcançar, nada positivo sairá disto", afirmou o premiê japonês, Junichiro Koizumi, referindo-se aos testes com mísseis.

O ministro japonês das Relações Exteriores, Taro Aso, disse em conversa por telefone com seu colega russo, Sergei Lavrov, que é necessário que o Conselho de Segurança da ONU e o G8-- grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia-- enviem uma "forte mensagem" à Coréia do Norte em relação aos testes e pediu o auxílio russo.

Atendendo ao pedido, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para esta quarta-feira para discutir a questão norte-coreana.

Mísseis

Entre as armas testadas, está o míssil de longa distância Taepodong-2 --que teria capacidade para atingir o Alasca e falhou 40 segundos após ser lançado, segundo autoridades americanas.

Autoridades do Japão e da Coréia do Sul afirmam que o míssil caiu no oceano, entre a Península da Coréia e o Japão.

Segundo especialistas, a Coréia do Norte desenvolve mísseis de longa distância na tentativa de se tornar capaz de construir uma bomba nuclear, mas deve levar anos para que isso aconteça.

China

A China --o mais próximo aliado da Coréia do Norte-- também expressou preocupação com os testes com mísseis.

"Estamos extremamente preocupados com todos os eventos que estão acontecendo", disse o ministro chinês das Relações Exteriores, Liu Jianchao, em um comunicado.

"Esperamos que todos os lados mantenham a calma e tomem atitudes que levem à paz e à estabilidade na Península da Coréia e no nordeste da Ásia e não adotem posturas que aumentem as tensões e compliquem a situação".

A Coréia do Sul pediu uma "resposta pacífica" aos testes com mísseis norte-coreanos, alertando para o risco de a pressão sobre o país acirrar as tensões na Península da Coréia.

Em um comunicado, o escritório do presidente sul-coreano, Roh Moo-Hyun, pediu que Pyongang seja engajado em um "diálogo paciente" para resolver o impasse em torno dos testes.

Estados Unidos

Os Estados Unidos consideraram a realização dos testes --que ocorreram em 4 de julho, data que marca o Dia da Independência dos EUA-- uma provocação e estudam uma resposta ao ato.

O governo americano condenou fortemente os lançamentos de mísseis, mas afirmou que eles "não representam perigo para os EUA".

"Em relação aos lançamentos de mísseis realizados pela Coréia do Norte, eles demonstram a intenção do país de intimidar outros países por meio do desenvolvimento de mísseis de alcance cada vez maior", afirmou o assessor de imprensa da Casa Branca, Tony Snow.

"Nós pedimos que a Coréia do Norte deixe de lado atos provocativos, incluindo novos testes com mísseis", acrescentou.

União Européia

A União Européia (UE) também condenou veementemente os testes realizados pela Coréia do Norte, dizendo que eles "geram tensões adicionais para a estabilidade regional, em um momento em que, para resolver a questão nuclear na Península da Coréia, é necessária a confiança mútua", segundo uma nota da Presidência rotativa finlandesa do órgão.

No comunicado, a UE pediu a Pyongyang [onde fica a sede do governo norte-coreano] que restabeleça a moratória sobre os testes de mísseis de longo alcance que o país lançou de forma unilateral em 1999 e que retorne às conversações de seis lados --as duas Coréias, Rússia, China, Japão e EUA-- sobre seu programa nuclear.

Segundo a UE, o lançamento dos sete mísseis de teste viola o espírito da declaração conjunta adotada em setembro passado pelos seis países, que tem como objetivo comum uma península sem armas nucleares, e "questiona a sinceridade da Coréia do Norte".

Com agências internacionais

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