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09/07/2006 - 06h06

Exército de Israel reconhece ter matado 70 palestinos em ação em Gaza

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da Efe, em Jerusalém
da Folha Online

O Exército israelense anunciou que, desde o começo da incursão na faixa de Gaza há treze dias para resgatar um soldado seqüestrado por extremistas, matou cerca de 70 palestinos. A informação foi divulgada neste domingo pela rádio pública israelense.

No mesmo comunicado em que reconhece a autoria das mortes, a maioria durante os últimos três dias, Israel nega estar envolvido na morte de uma mãe e seus dois filhos em uma explosão registrada no sábado no bairro de Ash Shiyaiya, ao leste da faixa de Gaza.

Numa aparente guerra de desinformação, o país já negou envolvimento em outras mortes, como o de uma família palestina em uma praia, durante um piquenique, no início de junho. Mais tarde, a negativa foi desmentida.

Enquanto isso, as forças aéreas do Exército israelense voltaram a atacar hoje uma estação de transformadores que abastece a localidade de Beit Hanun, no norte da faixa de Gaza.

A falta de eletricidade afeta grande parte da população da faixa de Gaza, e organizações humanitárias afirmam que os palestinos nesse território estão à beira de uma catástrofe.

Em comunicado conjunto, a UNRWA --agência da ONU que ajuda os refugiados palestinos-- e a OMS (Organização Mundial da Saúde) advertiram que a energia que abastece os hospitais de Gaza só deve durar mais duas semanas.

Além da estação elétrica, o Exército disparou contra um edifício do movimento nacionalista Fatah no sul de Gaza, uma ponte ao norte e dois grupos de palestinos que, segundo a emissora, se preparavam para lançar mísseis contra Israel.

O Exército saiu ontem de Doguit, no extremo norte da faixa de Gaza, após tomar posições no local dias antes nesta semana.

Recusa

O governo de Israel rejeitou neste sábado a proposta do primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do movimento islâmico extremista Hamas, para um acordo de cessar-fogo na faixa de Gaza e pediu a libertação incondicional do soldado israelense seqüestrado.

"Não negociamos com terroristas. Primeiro devem libertar o soldado seqüestrado são e salvo e suspender seus ataques", declararam porta-vozes do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert.

O governo palestino fez um apelo neste sábado para que os grupos armados extremistas e Israel suspendam as atividades militares, para pôr fim a quase duas semanas de violência.

Haniyeh emitiu um comunicado pedindo para as partes envolvidas suspenderem os ataques. "Se nós quisermos sair desta crise atual, é necessário retornarmos à calma com base na suspensão das operações militares por ambas as partes", afirmou a mensagem divulgada pelo porta-voz do gabinete palestino, Ghazi Hamad, em nome do premiê.

O Hamas também tentou persuadir Israel a iniciar negociações sobre o destino do soldado israelense Gilad Shalit, seqüestrado por facções armadas palestinas em 25 de junho.

O movimento extremista islâmico, no entanto, tem enviado sinais conflitantes sobre a crise, em parte por causa das divisões internas no grupo, dividido entre a liderança mais radical baseada na Síria e políticos mais pragmáticos em Gaza.

Segundo Haniyeh, Israel "deve por fim a sua operação militar na faixa de Gaza e retirar suas tropas". Ao mesmo tempo, o premiê pediu "negociações sérias para resolver a questão do soldado israelense".

De acordo com Haniyeh, seu governo está decidido a solucionar o assunto "pela via diplomática e de forma pacífica".

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